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Filmes migram da rede para TV na Espanha

Longas do #littlesecretfilm seguem manifesto e ganham espaço também em festivais

BEATRIZ MONTESANTI DE SÃO PAULO

Filmes de baixo orçamento, rodados em até 24 horas ininterruptas e sem roteiro. Essas são três das normas do #littlesecretfilm, proposta de produção de cinema que vem ganhando espaço em festivais e salas na Espanha.

O nome vem da junção das palavras "pequeno", devido às circunstâncias limitadas de filmagem, e "segredo", condição que a produção deve guardar até sua estreia.

Segundo os criadores da ideia, Pablo Maqueda, 28, e Haizea G. Viana, 31, o projeto nasceu em 2013 de uma reflexão sobre a distribuição cinematográfica na internet, baseada no movimento americano Mumblecore, que despontou em 2002 durante o festival de cinema, música e interatividade South by Southwest, em Austin (EUA).

"A simplicidade formal das histórias [do Mumblecore] centra toda a potência dos longas na expressividade das tramas e interpretações", explicou Maqueda à Folha.

O movimento fixou dez normas de produção em um um manifesto (disponível no site littlesecretfilm.com), que estabelece, por exemplo, que os atores improvisem a partir de uma trama predeterminada --e assinam como roteiristas ao lado dos diretores.

A ideia já mobilizou cerca de 300 pessoas, entre diretores, atores e técnicos. Os filmes, disponíveis no site do projeto e no YouTube, somam mais de 400 mil visualizações e foram exibidos em eventos como o Festival de Cinema Europeu de Sevilha.

Segundo Maqueda, as estreias dos longas, on-line e gratuitas, são um "presente ao telespectador". "Acreditamos que o cinema deva prover um retorno econômico."

Os filmes do projeto chamaram a atenção de redes de TV da Espanha, que entram como coprodutoras em troca de exclusividade na estreia.

O canal Calle 13, dedicado a filmes de terror e suspense, lançou um projeto em conjunto com o #littlesecretfilm, convidando 13 diretores a produzir 13 longas, filmados em 13 horas, com equipes de 13 pessoas. Até agora, sete deles foram exibidos pelo canal.

Os filmes, com orçamento de 2.000 euros financiados pela emissora, estreiam na TV e são disponibilizados on-line depois de três meses.

O Canal+ já passou alguns longas da iniciativa na madrugada --o "horário nobre das obras independentes", segundo o jornal "El País".

O próximo projeto a ser exibido na emissora, "Nova", ampliou o desafio: duas equipes gravaram separadamente durante o dia, sem saber o trabalho uma da outra. Ao final, as tramas foram unidas na edição, construindo um enredo apocalíptico.


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