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Porto-Alegre, aprendiz de Debret, é tema de mostra

Exposição no Rio joga luz sobre produção de aluno da Missão Francesa

Desenhos, poemas e aquarelas estão entre os 50 trabalhos de Manuel de Araújo Porto-Alegre reunidos no IMS

BRUNO CALIXTO DO RIO

Ao voltar para a Europa, depois de fazer parte da chamada Missão Francesa no Brasil do século 19, Jean-Baptiste Debret (1768-1848) levou com ele um jovem aluno, Manuel de Araújo Porto-Alegre.

A ele, inclusive, Debret designou uma das encomendas mais importantes daquele período: fazer o retrato do imperador d. Pedro 1º.

Em seu diário, Porto-Alegre (1806-1879) conta que, ao ameaçar a se ajoelhar diante de d. Pedro, foi interrompido por ele sob o argumento de ter acabado de abdicar do título de imperador.

Em Paris, além de encontrar-se com o ex-imperador, o aprendiz foi apresentado pelo mestre a importantes intelectuais e artistas da época.

"Houve uma espécie de adoção de mão dupla: Debret tinha perdido o único filho, e Porto-Alegre era órfão de pai desde menino", conta a historiadora Letícia Squeff, professora de história da arte da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Os bastidores desta viagem à Europa, entre 1831 e 1837, e o caráter multidisciplinar de Porto-Alegre interessaram Squeff a ponto de a pesquisadora utilizar o tema em seu mestrado em história social, mais tarde transformado no livro "O Brasil nas Letras de um Pintor" (ed. Unicamp).

Não à toa, ela coassina a curadoria da exposição "Araújo Porto-Alegre: Singular & Plural" no IMS (Instituto Moreira Salles), no bairro da Gávea, zona sul do Rio.

"Ele foi um dos primeiros alunos formados pela chamada Missão Francesa, depois professor e, mais tarde, diretor da Academia de Belas Artes", diz Squeff.

A mostra apresenta 50 trabalhos do artista, com destaque para a sua produção gráfica. Foram reunidas aquarelas, esboços, desenhos feitos a grafite e nanquim.

A exposição traz ainda textos, poemas e projetos de arquitetura e cenografia.

"Apesar de Araújo Porto-Alegre ter sua relevância reconhecida pelos estudiosos do assunto, é pouco conhecido fora do âmbito acadêmico. A ideia é propor uma discussão sobre um personagem histórico brasileiro e incluí-lo no rol dos nossos grandes artistas", diz Julia Kovensky, coordenadora de iconografia do IMS e curadora da mostra ao lado de Squeff.

ARAÚJO PORTO-ALEGRE: SINGULAR & PLURAL
QUANDO de ter. a dom., das 11h às 20h; até 13/4
ONDE Instituto Moreira Salles, r. Marquês de São Vicente, 476, Rio, tel. (21) 3284-7400
QUANTO grátis
CLASSIFICAÇÃO livre


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