Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Grupo Estação busca apoio de cinéfilos

Sob o risco de ter a falência decretada, um dos principais exibidores de filmes de arte no Rio mobiliza internautas

Em abril, audiência no Tribunal de Justiça decidirá se grupo tem condições de saldar dívidas de R$ 31 mi

BRUNO CALIXTO DO RIO

Com 16 salas no Rio, o Grupo Estação, um dos principais exibidores de filmes de arte na cidade e organizador do Festival do Rio, corre o risco de fechar as portas.

No início de abril, uma audiência no Tribunal de Justiça do Rio decidirá se o grupo tem condições de saldar dívidas que, atualmente, chegam a R$ 31 milhões. Se concluir que não há condições, a falência será decretada. A página "Apoio ao Grupo Estação", criada no Facebook em 17 de fevereiro, já tem mais de 8.000 membros.

"Estamos recebendo centenas de propostas de financiamento coletivo e abaixo-assinados. Empresas e agências de publicidade estão interessadas em patrocinar. Contatos também estão sendo feitos com as esferas municipal, estadual e federal", diz Marcelo França Mendes, um dos sócios do grupo.

A mobilização para salvar o Estação começou quando Mendes escreveu no Facebook sobre o risco de falência do grupo; depois, pediu sugestões para manter as salas. Num terceiro texto, convocou a cinéfilos a narrar histórias pessoais ligadas aos cinemas e aos filmes exibidos.

Circula também um pedido para que a prefeitura perdoe a dívida do grupo, que, em 2015, completa 30 anos.

Na audiência marcada para 3 de abril, os cerca de cem credores, entre eles, bancos, empreiteira, parceiros do circuito exibidor, como o Grupo Severiano Ribeiro, dirão se aceitam o plano de pagamento proposto por Marcelo França Mendes e seus sócios.

O empresário diz que o plano original dividia os credores em dois blocos. Para os bancos, foi proposto pagamento em 12 anos com juros de 6,9% ao ano; para os demais, a mesma correção com pagamento em oito anos.

"Como perdemos cinemas e patrocínios, propusemos a unificação das classes para negociar um novo plano."

Para que o Estação continue na ativa, é necessário o apoio de duas maiorias: 51% dos credores e representantes de 51% da dívida. "Temos conseguido o apoio de vários credores", afirma Mendes.

Caso a falência seja decretada, os ativos serão vendidos em leilão para pagar primeiro impostos e empregados e, depois, credores.

Mas o patrimônio do Estação, diz Mendes, é sua imagem. "Não há patrimônio material. As salas são alugadas e, em caso de falência, os contratos serão cancelados. Restarão só projetores 35 mm, cadeiras, móveis e computadores", diz. A falência levaria ao fechamento dos cinemas Estação Rio, Estação Botafogo, Estação Gávea, Estação Ipanema e Odeon Petrobras.

A crise do Grupo Estação começou em 2007, com os altos custos da inauguração das salas no Shopping da Gávea e a desistência do poder público municipal em patrocinar o Festival do Rio, uma das principais fontes de sobrevivência do grupo.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página