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Zico Goes escreve as memórias de seus 20 anos na MTV Brasil
Confusões com VJs e histórias curiosas são narradas em livro
Zico Goes não queria fazer um livro cheio de fofocas quando começou a escrever as memórias de seus 20 anos de MTV Brasil.
Inevitavelmente, no entanto, um causo mais picante ou outro acabou entrando em "MTV, Bota Essa P#@% Pra Funcionar!", que o diretor do extinto canal lança na segunda-feira, em São Paulo.
Entre essas histórias estão disputas de apresentadoras por uma peça de figurino, as repercussões do vazamento do vídeo da então VJ Daniella Cicarelli em cenas íntimas com o namorado no mar da Espanha, a rixa entre os VJs Cazé Peçanha e Marcos Mion e a briga com direito a porrete e machadinha de Dado Dolabella e João Gordo.
"O livro é uma visão muito particular minha. Não tem intenção de ser um tratado sobre a MTV. É uma coletânea de histórias curiosas, nem todas polêmicas, mas que revelam a personalidade daquele canal", afirma Goes.
A começar pelo título, uma bronca de Caetano Veloso durante o VMB, a premiação dos melhores do ano, de 2004. Caetano fez um show com David Byrne e ficou irritado com uma microfonia durante a apresentação. "Pessoal da Emetevê, vergonha na cara! Vamos começar de novo! Bota essa porra pra funcionar!"
Do limão, Zico Goes diz ter feito uma limonada, ao usar a bronca na chamada do prêmio e ter atraído mais atenção ao programa e ao canal.
Além dos causos, o livro conta a origem da MTV Brasil, o início da formação de sua identidade brasileira, seu desenvolvimento e seu fim, em setembro de 2013.
Discorre sobre a relação com a imprensa --a Folha é citada como o jornal que sempre teve "má vontade" com o canal-- e sobre armadilhas, como a superexposição da banda Restart, que ele aponta como um problema para a credibilidade do canal.
O autor não fez entrevistas ou pesquisa --escreveu tudo com base no que recordava. "Fui jogando as histórias rapidamente para que desse tempo de ser público perto do fim do canal. Há pessoas que vão ficar chateadas pelo esquecimento. Tem o caso interessantíssimo da produção do primeiro reality brasileiro."
Goes se refere ao programa "Vinte e Poucos Anos", exibido em 2000, que reunia jovens paulistas de diferentes perfis aos moldes do que acontecia com a MTV americana e seu "The Real World".
"Um era feirante, tinha a patricinha, o hippie, seguindo a ideia da MTV de viva a diferença, vamos acabar com a intolerância'", diz.
