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Crítica Romance

Apesar do bom time, resultado é longa banal e repleto de clichês adocicados

RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA

No papel, "Refém da Paixão" reunia os elementos essenciais para se tornar um filme romântico invulgar.

Como ponto de partida, um best-seller de prestígio: "Fim de Verão", de Joyce Maynard, elogiada pela crítica, querida pelo público.

Depois, um diretor com credibilidade conquistada em filmes independentes: Jason Reitman, de "Obrigado por Fumar" (2005) e "Juno" (2007).

Por fim, um par romântico formado por grandes atores, que oferecem muito mais que um rostinho bonito: Kate Winslet e Josh Brolin.

Na prática, porém, o resultado é um filme romântico absolutamente banal, que se satisfaz em empanturrar o público com clichês adocicados.

Winslet é Adele, ex-dançarina divorciada, que esconde um segredo que parece lhe condenar à infelicidade.

Ela mora com o filho, Henry (Gattlin Griffith), de 13 anos, que sofre as consequências de ter uma mãe socialmente incapacitada (e funciona como narrador da história).

As coisas mudam quando surge Brolin no papel de Frank, um preso foragido que se instala na casa de Adele para se esconder da polícia.

Não demora muito para que Frank mostre que é o bofe com quem Adele sempre sonhou. Ele a amarra com delicadeza, conserta o chuveiro, faz torta de pêssego, ensina seu filho a jogar beisebol e exibe o corpo em forma.

Em resumo, carrega em si --na visão do filme-- várias fantasias femininas, consentidas ou proibidas: o sádico sensível, o faz-tudo, o chef, o pai presente, o objeto sexual.

Diante de um ideal masculino desses, será inevitável que, ao sair do cinema, a espectadora se sinta frustrada com os homens da vida real.

Apesar do bom time reunido, "Refém da Paixão" repete a sina da maioria dos romances hollywoodianos recentes: oferecer um produto para seduzir as mulheres que termina por diminuí-las --quando não ofendê-las.


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