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Crítica - Drama

Roteiro esquemático desperdiça drama e interpretação contida de Christian Bale

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ambientado em uma cidadezinha da Pensilvânia, em que a única perspectiva de vida é trabalhar em uma siderúrgica prestes a fechar, "Tudo por Justiça" retrata a América profunda cara a escritores como John Steinbeck, William Faulkner e Cormac McCarthy. O roteiro mescla gêneros como o filme de vingança, o drama familiar, o thriller e o drama social.

A narrativa desenvolve as bases da intriga com vagar, descrevendo de maneira naturalista o contexto socioeconômico em que estão imersos os protagonistas, os irmãos Russell (Christian Bale) e Rodney (Casey Affleck).

Russell, o mais velho, trabalha na siderúrgica e vive com o pai moribundo. Veterano da Guerra do Iraque, Rodney não consegue se readaptar à vida civil. Cheio de dívidas de jogo, tenta pagá-las com o dinheiro que ganha participando de lutas clandestinas. Apesar das diferenças de temperamento e de conduta, os dois irmãos são muito unidos.

Russell é condenado à prisão por conta de um acidente. Ao sair, vê Rodney envolvido com uma gangue. Como a polícia se mostra inoperante e Russell não tem nada mais a perder, ele resolve se arriscar a enfrentá-la.

O retrato do cotidiano da cidade aproxima o filme de "O Franco Atirador" (1978), de Michael Cimino, que trabalha outro tema comum, o retorno da guerra. A cena em que Russell mira em um veado, mas acaba abaixando o fuzil, é citação explícita de um dos momentos mais emblemáticos do filme de Cimino.

A história tem uma intensa carga dramática, que a direção de Scott Cooper não é capaz de explorar a fundo por conta da mistura de gêneros mal dosada.

O mesmo acontece com Russell, figura introspectiva e nobre, cuja psicologia poderia ter sido mais aprofundada.

A força do personagem deve muito à interpretação contida de Christian Bale, baseada em silêncios e olhares, mas poderia ter alcançado outro patamar caso o roteiro fosse menos esquemático.


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