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Crítica - Ficção científica

Em filme híbrido, desenho é mais que ilustração

'O Congresso Futurista', de Ari Folman, atinge resultado inquietante ao reunir atores de verdade e animação

CÁSSIO STARLING CARLOS CRÍTICO DA FOLHA

O israelense Ari Folman conquistou admiração com "Valsa com Bashir", uma mistura de animação e documentário que relia, com arrojada psicodelia, as vivências de um soldado no eterno estado de guerra de seu país.

Em "O Congresso Futurista", livre adaptação de um romance de Stanislaw Lem, Folman faz outra experiência de hibridismo com resultados não menos inquietantes.

Na primeira parte, em "live action", a atriz Robin Wright, no papel dela mesma, aceita a proposta do estúdio Miramount de escaneá-la e controlar sua imagem, deixando-a livre para viver suas escolhas sem interesse para o regime do espetáculo.

Na segunda parte, 20 anos depois, toda em animação, o filme viaja num futuro que fez da realidade uma ficção de imagens flutuantes.

Em vez de uma enésima crítica negativa à virtualização, Folman prefere jogar com as expectativas da plateia. Já no prólogo no "mundo real", somos levados a questionar o que não é construção ficcional naquele realismo.

Já a parte de animação põe em suspenso a distância entre aquele mundo e o nosso. Em meio a um desenho delirante, indaga-se se a ilusão não seria a solução humana, pragmática, encontrada para sobreviver a um real insuportável.

Mesmo que no segundo segmento o filme acumule uma visada política e uma dramaticidade do tema da unidade familiar um tanto enfadonhas, Folman acerta de novo ao arriscar fazer um cinema que acredita nas imagens como algo mais que ilustração de ideias.


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