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Televisão

Anti-heróis marcam nova TV, diz autor

Brett Martin, do livro 'Homens Difíceis', afirma que personagens de moral duvidosa modernizaram as séries

'Família Soprano', 'Mad Men' e 'Breaking Bad' são algumas das atrações consideradas revolucionárias

ISABELLE MOREIRA LIMA DE SÃO PAULO

Criaturas infelizes, moralmente incorretas e complicadas. Aquele tipo de gente que você não teria coragem de convidar para a sua casa.

Para o escritor e jornalista Brett Martin, foram personagens com essas características que mudaram a história da televisão para sempre.

Em "Homens Difíceis", lançado neste mês no Brasil, o autor fala sobre a primeira fase da nova era de ouro da TV. O período vai de 1997, com a série "Oz", sobre uma prisão de segurança máxima, a 2013, com "Breaking Bad", sobre um professor que se transforma em chefão do tráfico.

Martin afirma que o segredo desses personagens era serem profundamente humanos. Enfrentavam "batalhas cotidianas que os espectadores reconheciam", ainda que polígamos ("Big Love") ou serial killers ("Dexter").

A segunda era de ouro (a primeira se deu nos anos 1950, quando a TV explodiu nos EUA como meio de massa) foi antecedida por "vasto deserto": a TV era um meio amaldiçoado, com salários baixos, pouco prestígio, roteiros medianos e atores em fim de carreira.

Mas aí veio "Família Soprano", série sobre um mafioso com crise de ansiedade, problemas com a mãe controladora e toda a máfia de Nova Jersey para chefiar, protagonizada por James Gandolfini, morto em 2013.

"É difícil falar da TV moderna sem falar de Tony Soprano, de seu impacto, da atuação, do jeito como foi escrito e de como mudou a TV. Tony era um animal vivo, respirando. Tudo começa e termina com ele", diz Martin à Folha.

PERSONAGENS

Outros anti-heróis importantes na lista de Brett Martin são o publicitário eternamente em crise Don Draper, de "Mad Men", a família disfuncional de agentes funerários de "A Sete Palmos", e o policial alcoólatra e narcisista de "The Wire".

"Não há uma resposta fácil para a pergunta o que uma série tem que ter para ser boa?'. Mas sabemos que bons personagens são fundamentais", afirma o autor.

Em "Homens Difíceis", Martin dá detalhes da produção dessas séries.

Ele descreve, por exemplo, o funcionamento colaborativo da sala dos roteiristas de "Breaking Bad" e a luta de Vince Gilligan, seu criador, para emplacar a atração apesar da resistência dos canais à premissa da série.

E se tivesse que incluir novas séries em sua lista das "revolucionárias"?

Martin não hesita em citar "True Detective", exibida no começo deste ano pela HBO, e "House of Cards", do Netflix, "por ter criado seu próprio canal".

Mas, para o autor, o que mudou desde o fim de "Breaking Bad" foi a abrangência. "Programas de qualidade vão continuar a ser produzidos com a diferença de que teremos mais opções de histórias, de pontos de vista e principalmente mais personagens femininas centrais."

HOMENS DIFÍCEIS
AUTOR Brett Martin
TRADUTORA Maria Silvia M. Netto
EDITORA Aleph
QUANTO R$ 54 (368 págs.)


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