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Itamaraty rasga Portinari e vai restaurá-lo

'Jangadas do Nordeste' ficou com buraco de cerca de 20 cm após ser atingida por escada no palácio, em Brasília

Restauração será feita por uma profissional alemã e custará R$ 24,5 mil ao Ministério das Relações Exteriores

FLÁVIA FOREQUE DE BRASÍLIA

Com um rasgo de cerca de 20 centímetros, a obra "Jangadas do Nordeste", de Candido Portinari (1903-1962), passará por uma restauração ao longo de dois meses.

O dano foi provocado em janeiro deste ano, durante reparos em uma luminária no salão onde a obra está instalada, no terceiro andar do Palácio Itamaraty.

A escada utilizada no serviço caiu sobre a tela, danificando a pintura de 1939. Agora, o Ministério das Relações Exteriores vai contratar por R$ 24,5 mil uma profissional para fazer a costura e revitalizar as cores.

"O quadro já sofre há tempos de outros problemas: há pulverização de partes pictóricas. Em Brasília, o problema de climas extremos, entre seca e chuva, estressa muito as obras", afirma Karin Weber, restauradora contratada para a tarefa.

Formada pela Escola Estadual de Restauro de Florença, na Itália, a alemã trabalhou por 11 anos na Galeria Uffizi, que reúne diversas obras da Renascença italiana, e já restaurou outras sete pinturas que fazem parte do acervo do Itamaraty.

Entre elas, outro painel de Portinari, "Os Gaúchos", também pintado em 1939 para o pavilhão brasileiro na exposição mundial de Nova York. Na ocasião, a obra também tinha um rasgo, hoje imperceptível.

"A melhor restauração é sempre aquela que ninguém consegue ver... É um pouco frustrante", diz Karin.

De grandes dimensões (3,1 m x 3,48 m), "Jangadas do Nordeste" não deixará o palácio durante o reparo --um ateliê deve ser montado em salão anexo. A tela está instalada em um dos ambientes de eventos do ministério.

Foi ali que, em agosto do ano passado, o então ministro Antonio Patriota fez seu discurso de despedida a servidores da pasta e entregou o comando do ministério a Luiz Alberto Figueiredo.

Segundo o ministério, outra obra com rachaduras e respingos de tinta deve passar por reparos em breve: o painel "O Sonho de Dom Bosco", pintado por Alfredo Volpi (1896-1988).

Atualmente respingos de tinta branca se destacam no azul do afresco. A obra será analisada por um profissional para estimar o trabalho a ser feito, o tempo que irá levar e os custos da tarefa.

PARCERIA

O Itamaraty firmou recentemente parceria com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para determinar técnicas e cuidados a serem exigidos de empresas contratadas para a restauração de obras do ministério.

O palácio reúne diversas esculturas, pinturas, mobiliário e outras obras de artistas brasileiros e estrangeiros.

Segundo a pasta, por exemplo, uma média de quatro a cinco tapetes persas são enviados para restauro a cada ano.

Móveis do designer Bernardo Figueiredo também passaram por cuidados recentemente, além dos serviços básicos de lustração.


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