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Festival de Teatro de Curitiba

Espetáculo 'BR Trans' conquista público com histórias de travestis

Protagonista e autor do texto, Silvero Pereira pesquisou relatos no RS

GUSTAVO FIORATTI ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

A 23ª Edição do Festival de Curitiba já tem ao menos um espetáculo que conquistou o boca a boca.

"BR Trans", compêndio de histórias protagonizadas por travestis e transexuais, chegou de mansinho à mostra, fez sessão calorosa no sábado e foi aplaudido por cinco minutos em sessão lotada, no domingo, no teatro Paiol.

Vestido de mulher e com a maquiagem toda borrada, após a apresentação o ator cearense Silvero Pereira, 32, passou 20 minutos sobre o palco dando atenção a espectadores que formaram fila para cumprimentá-lo. Depois de ouvir todo mundo, ele deu entrevista à Folha.

Pereira interpreta todos os personagens da peça que ele mesmo escreveu.

O texto é resultado de entrevistas realizadas durante dois meses pelas ruas de Porto Alegre e depoimentos de detentas em um presídio da capital gaúcha. "Elas ficam em uma ala separada, junto com seus parceiros. É a ala mais arrumada e mais limpa do presídio", afirma Pereira.

O espetáculo já passou por cidades do Nordeste e do Sul do país, mas não tem previsão de estreia em São Paulo.

CADÁVERES

"BR Trans" começa com denúncias de violência e preconceito. Num momento agudo, há projeções de fotos colhidas na internet mostrando cadáveres de travestis. Mas montagem não se restringe às tragédias. Tem fugas para partes cômicas e personagens que pulam da condição de vítimas para a de algozes.

"Uma coisa em comum entre as pessoas que me deram depoimento é que, à parte os dramas, elas estão sempre tentando puxar para o humor, sempre buscando um lado engraçado das coisas", diz Pereira. Há, no texto do espetáculo, uma breve comparação entre travestis e palhaços.

A peça investe também em momentos com atmosfera de cabaré. Durante seu solo, Pereira é acompanhado pelos músicos Rodrigo Apolinário e Caio Castelo (percussão e cordas). O repertório de dublagens inclui Lana Del Rey e Maria Bethânia.

Pereira vai apresentar outro espetáculo no Fringe, mostra paralela do festival. "Metrópole", que ele faz com a Inquieta Cia. De Teatro (de Fortaleza), é um drama sobre o reencontro de dois irmãos em uma cidade grande.


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