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'De Gravata e Unha Vermelha' embaralha diferença de gêneros

Longa da psicanalista Miriam Chnaiderman estreia amanhã

TRAJANO PONTES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Taís Souza veio do Norte para poder tomar hormônios, que lhe tiraram o gozo sexual. Mas ela diz ser capaz de inventar seu prazer.

João W. Neri manteve o corpo feminino até os 27 anos. Aos 14, a transexual Mel Gonçalves buscou o hospital em Goiânia; precisava "ir atrás do que era".

A assistente social, o escritor e a cantora da Banda Uó ajudam a explorar a sexualidade humana, tema de "De Gravata e Unha Vermelha", que estreia amanhã no festival É Tudo Verdade.

No longa metragem, a psicanalista e documentarista Miriam Chnaiderman volta a câmera aos que curvaram os limites do que é ser homem, mulher ou, simplesmente, uma pessoa.

A liberdade de amarras aparece na tela com a dança de Ney Matogrosso, nas saias do estilista Eduardo Laurino, na alegria do concurso de héteros travestidos no carnaval mineiro.

Famosos e anônimos, entrevistados por Chnaiderman e pelo estilista Dudu Bertholini, relatam experiências tão particulares que é difícil encaixá-los nas letras da sigla LGBT e variantes.

"As categorias são empobrecedoras. A sexualidade é múltipla. É lindo que cada um possa viver do seu jeito", defende a diretora.

Um dos depoentes é o cartunista Laerte, que diz ter desejo por vários gêneros e gostar de se sentir desejado.

Ney Matogrosso relembra como a relação belicosa com o pai, que se referia aos amigos do filho como "putas e veados", mudou quando o cantor roubou-lhe um beijo.

Um dos relatos mais tocantes é o de Letícia Lanz, antes o consultor de empresas Geraldo Eustáquio de Sousa. Ela diz ter levado 50 anos para virar a mulher que sempre soube ser. E manteve o casamento, com a mesma mulher com que vive há 37 anos e tem filhos e netos.

Com o material filmado, resultado de 15 meses de trabalho e de orçamento de R$ 500 mil, Chnaiderman vai agora tentar produzir uma série.


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