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Mônica Bergamo

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TOP DO LAR

Gisele Bündchen diz que hoje sua agenda de modelo mais bem paga do mundo vem depois da dos filhos e conta que as crianças comem feijão com arroz e falam português, enquanto o marido americano só aprendeu 'Eu te amo'

"Meu marido trabalha das 7h da manhã às 7h da noite e não almoça em casa. Mas o café da manhã sou eu sempre que faço e o jantar também, que requento quando ele chega." O relato poderia ser de uma dona de casa padrão, não fosse de Gisele Bündchen, a modelo mais bem paga do mundo, segundo a "Forbes", que estima seus ganhos anuais em US$ 42 milhões (R$ 95,8 milhões).

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O marido Tom Brady é o 11º esportista mais bem pago, mas fatura menos que a mulher: US$ 38,3 milhões, pelo mesmo ranking.

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A top brasileira de 33 anos e o astro do futebol americano de 36 se casaram em 2009. Desde então, nos quatro endereços da família --Boston, Los Angeles (mansão colocada à venda por US$ 20 milhões) e Nova York, nos EUA, e a casa de praia na Costa Rica--, a modelo dispensa os apostos superlativos da carreira e vira a "rainha do lar".

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"Minhas prioridades mudaram. Antes, era o que eu vou fazer, o que eu quero. Agora, coloco todo mundo na agenda primeiro. Só então vou encaixando minhas coisas", explicou à repórter Eliane Trindade, na quarta-feira passada, quando havia entre "suas coisas" subir à passarela da Colcci, na São Paulo Fashion Week.

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Quem governa os horários da top não são mais seus agentes. "Eu sou grata por poder fazer isso hoje. Tenho 20 anos de carreira. Se fosse há dez anos, eu não poderia."

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Desde o nascimento de Benjamin, 4, e Vivian Lake, 1 ano e meio, e o convívio com Jack, 6, filho de um outro relacionamento do marido, a Gisele "mãe e esposa" tem primazia. "Olho antes as agendas do Jack, do Ben, da Vivi e do meu marido. Na minha, que eu mesma faço, cada criança tem uma cor", explica a mãe modelo.

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E não é raro ter todos os espaços coloridos. "Às vezes, quando termino de organizar tudo não sobrou horário pra mim. Nesse caso, reservo uma hora, nem que seja às 5h da manhã. Pra meditar e fazer as minhas coisas."

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E prossegue: "É importante não esquecer de mim mesma. Se eu não estiver bem, quem vai cuidar da minha família? Se estou de mau humor, fica todo mundo mal. Energeticamente. É você que cuida, dá suporte, amor".

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Mesmo naquela maratona fashion, a família veio primeiro. Pela manhã, Gisele curtiu a chegada do marido e a companhia dos filhos e das irmãs, Patrícia e Gabriela. Eles ocupavam um andar inteiro do hotel Emiliano, reservado para que a hóspede habitué tivesse privacidade.

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"É uma bênção estar no Brasil com todo mundo. Isso é raro." Raridade também é Tom na primeira fila de um desfile. "Tô nervosa. Ele só me viu na passarela uma vez, no começo do namoro."

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A presença do bonitão fez o habitual "salve-se quem puder" da passagem de sua mulher pela SPFW ser ainda mais tumultuado. "Colocamos 40 seguranças extras", conta Daniel Mafra, relações-públicas da Colcci. Funcionários da marca davam faniquitos para retirar jornalistas e fotógrafos dos camarins.

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Valesca Popuzuda teve mais sorte. Foi levada à antessala, onde a top recebeu convidados VIPs. Feitas as apresentações --Gisele não fazia ideia de quem era a cantora nem tinha ouvido o hit "Beijinho no Ombro"--, a funkeira ensinou a gaúcha a fazer a pose sugerida pela canção e fizeram uma "selfie", autorretrato com o celular.

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Tom já tinha escapado para o hotel, onde esperou a mulher chegar para jantarem com amigos. Entre eles, Jânio Quadros Neto, neto do ex-presidente da República, que também estava ao lado do casal no cercadinho VIP do clube Provocateur, no Itaim, onde a marca promoveu uma festa. No último compromisso dela, o casal ficou sob um coração de neon e cercado por guarda-costas que ameaçam tomar o celular de quem tentasse fazer foto. A modelo tinha que dar as caras por uns 15 minutos. Ficou exatos 22.

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Eles tinham pressa para voltar ao hotel. Tom, que é a estrela do New England Patriots, embarcaria cedo para Nova York. Gisele e as crianças ainda ficariam alguns dias de férias no Brasil. Uma semana antes, papai, mamãe e filhinhos foram flagrados em uma cena de "família margarina": Tom ensinava Ben a surfar sob o olhar de Gisele, com Vivian no colo.

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Estavam na Costa Rica, onde dois seguranças contratados para o casamento deles foram condenados a cinco anos de prisão por atirarem em dois fotógrafos que cobriam o evento. Sobre o assédio dos paparazzi, a brasileira diz não querer que "os filhos cresçam achando que é normal sair na rua e ser seguido". "Faço o máximo para protegê-los. Não é sempre que tenho sucesso, né?"

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Tem sido bem-sucedida na cruzada saudável. "Quando eu vivia correndo, eu vivia doente. Exijo muito do meu corpo. Estou sempre viajando, por isso hoje procuro me alimentar bem, me exercitar." Nem sempre malha. Tem feito mais "levantamento de bebê". "Agora, Benjamin quer colo e a Vivian também. Ao mesmo tempo. Olha o muque!", aponta para os músculos definidos dos braços

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Defensora do parto natural, Gisele achou desumano o fato de uma grávida gaúcha ter sido submetida a uma cesariana por ordem judicial, na semana passada. É informada pela assessora de que a alegação era que a criança e a mãe corriam risco de vida. "Posso falar uma coisa? Aos quatro meses de gravidez, o médico que fez o meu ultrassom falou que eu não podia ter parto normal, que o bebê estava posicionado de forma perigosa. Nunca voltei lá."

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Teve os filhos em casa, com o auxílio de uma parteira. "A experiência do parto é um presente que me foi dado por ser mulher. Como é que um cara vem me dizer que eu não posso? Na hora do nascimento dos meus filhos, não tive dúvida nem medo. Tinha total confiança de que meu corpo ia saber fazer aquilo."

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Admite que nunca sentiu tanta dor. "Mas também nunca senti tanto prazer". E se sentiu "empoderada". "Levei aquilo para outros momentos. Se estou passando por dificuldade e dores, enxergo como um bump in the road' (obstáculo), que eu vou ter o prazer de overcome' (ultrapassar)", filosofa, misturando português e inglês, como em outros momentos dos 18 minutos da entrevista.

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A língua portuguesa é a que usa para se comunicar com os filhos. "Vivi ainda não fala, mas diz papa, mama. Benjamin já fala bem e entende tudo." Tom não se aventura. "Ele só sabe Eu te amo'. Tá ótimo, né?"

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A família ouve muita música brasileira em casa, onde também não faltam feijão e arroz. "Ben pede até para levar na lancheira para a escola", diz a mãe. Gisele não definiu se vai vir para a Copa do Mundo. "Ainda estou pensando, mas vou torcer pelo Brasil e pelo meu amigo Neymar."

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Conheceu o craque do Barcelona e da seleção brasileira numa sessão de fotos para uma revista. "Ele foi um querido. É um guri carismático, simples, boa gente." E brincou por ele ser 11 anos mais novo: "Eu poderia ser sua mãe". Exagero da top do lar.

"Às vezes, termino de organizar tudo e não sobrou horário pra mim. Nesse caso, reservo uma hora, nem que seja às 5h da manhã"

"Aos quatro meses de gravidez, o médico que fez o meu ultrassom falou que eu não podia ter parto normal. Nunca mais voltei lá"


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