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Mickey Rooney, ator de cinema e teatro, morre aos 93 anos, nos EUA

Rei de bilheteria nos anos 1930 e 1940, artista faliu aos 40 anos e só se reergueu perto dos 60

Também cantor, dançarino e músico, começou a atuar aos 17 meses de vida, nos palcos de vaudeville

ALJEAN HARMETZ DO "NEW YORK TIMES"

Mickey Rooney, ator que passou por uma montanha-russa na vida --ele era o astro de cinema de mais alta bilheteria no planeta aos 19 anos, faliu aos 40 e se recuperou apenas quando estava perto dos 60, na Broadway--, morreu anteontem.

Ele tinha 93 anos e vivia em Westlake Village, na Califórnia. A morte do ator foi confirmada por seu filho, Michael Joseph Rooney.

Rooney tinha pouco mais de 1,53 m, mas ainda assim projetava uma sombra gigantesca e ruidosa.

Desde o momento em que subiu a um palco de vaudeville, com 17 meses de vida, passando por seu início no cinema (com seis anos) e triunfante estreia na Broadway com "Sugar Babies", aos 59, ele sempre foi polivalente.

Era ator, cantor, tocava piano e bateria e, desde menino, mostrou a capacidade de chorar sempre que o roteiro pedia.

No papel de Andy Hardy, um jovem crescendo na cidade fictícia de Carvel, Rooney foi o adolescente mais famoso dos Estados Unidos entre 1937 e 1944 --o filho ou irmão caçula engraçadinho que todo mundo gostaria de ter, enérgico e febrilmente apaixonado por garotas e carros.

Os 15 filmes que ele fez sobre a família Hardy, nos quais todos os problemas eram resolvidos nas conversas que Andy tinha com o pai, o juiz Hardy (interpretado por Lewis Stone), faturaram mais de US$ 75 milhões nos Estados Unidos, uma soma imensa nos anos da Depressão.

Em 1939, os proprietários de cinemas americanos votaram em Rooney como maior atração de bilheteria do país, superando Tyrone Power.

No mesmo ano, ele foi indicado ao Oscar após cantar e dançar no filme "Babes in Arms", o primeiro dos musicais que fez com Judy Garland para o estúdio MGM.

O ator foi o rei das bilheterias de novo em 1940, superando Spencer Tracy, e em 1941, à frente de Clark Gable.

Três anos antes, no "New York Times", Frank Nugent escreveu, sobre a interpretação de Rooney como um valentão redimido pelo padre Flanagan, interpretado por Tracy em "Boys Town":

"Mickey é como se fosse toda a turma do Dead End combinada em uma pessoa só. Ele é Jimmy Cagney, Humphrey Bogart e King Kong antes que eles crescessem, ou tivessem alguém que os controlasse. Mickey, para usar uma expressão francesa que é até modesta para defini-lo, é o enfant terrible' original".

A vida pessoal de Rooney foi tão dinâmica quanto sua presença nas telas.

Ele se casou oito vezes. Ganhou US$ 12 milhões antes dos 40 anos, e gastou ainda mais. Impulsivo, irresponsavelmente extravagante, temperamental e viciado em corridas de cavalos e em jogar dados, ele encarava a vida como um banquete de seis pratos que ele precisava devorar.

Em 2011, ele solicitou um mandado judicial contra seu filho adotivo Christopher Aber e a mulher, Christina, acusando-os de não alimentá-lo nem medicá-lo e de forçá-lo a lhes entregar o controle de seus bens.

Mais tarde, Rooney processou os Aber; um acordo em 2013 encerrou o processo, e o casal admitiu que devia US$ 2,8 milhões ao ator.

Apesar de todos os altos e baixos de sua vida e carreira, uma coisa nunca mudou: seu amor por atuar.

"Crescer no vaudeville", ele disse certa vez, "me fez reconhecer a necessidade de me divertir com o que faço. Você não consegue trabalhar bem se não estiver se divertindo. E eu jamais sinto que aquilo que estou fazendo é trabalho".


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