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Peça que deu o Nobel a Pirandello estreia em nova montagem
Temporada de 'Assim É (Se lhe Parece)', do dramaturgo italiano, começa nesta sexta
A peça "Assim É (Se lhe Parece)", que rendeu ao italiano Luigi Pirandello (1867-1936) o Prêmio Nobel de Literatura há 80 anos, ganha nova montagem, dirigida por Marco Antônio Pâmio.
Segundo o diretor, a obra expressa uma visão que mais tarde passou a ser chamada de "pirandellismo": a ideia de que a verdade absoluta não poderia existir, já que a realidade depende do ponto de vista de quem a vê.
"Pirandello, mais do que falar sobre a vida no teatro, fala sobre o teatro na vida, de como sempre estamos representando papéis", diz Pâmio.
A trama gira em torno de uma família que, após uma catástrofe, se muda para uma província da Sicília (península itálica) e começa a chamar a atenção dos moradores.
Nunca se vê a Sra. Frola (Bete Dorgam) junto de sua filha. Esta parece viver em clausura na casa onde mora com o marido, o Sr. Ponza (Nicolas Trevijano), funcionário do governo local.
A única comunicação entre mãe e filha se dá por cartas misteriosas.
O fato intriga a vizinhança, que logo inicia um inquérito para saber o motivo do comportamento estranho. Questionados, a Sra. Frola e o Sr. Ponza contam versões contraditórias do fato.
Isso só aumenta a tensão na comunidade, afoita por entender o que acontece naquela família. O resultado é uma discussão sobre a natureza da veracidade.
No palco, o personagem interpretado por Rubens Caribé faz as vezes de alter ego do dramaturgo, sempre duvidando da possibilidade de se resolver o impasse.
A ideia de múltiplos pontos de vista e de uma verdade relativa também está representada no cenário de Fabio Namatame, que usa espaços duplicados, espelhos e transparências, e na iluminação de Caetano Vilela, que revela ou esconde as cenas secundárias no palco.
