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Com dança e vídeo, bailarina cria e recria um corpo andrógino no palco

A coreografia 'Androgyne - Sagração do Fogo', de Alda Maria Abreu, está em cartaz em São Paulo

'Obra é manifestação sobre a questão da identidade sexual, contra a intolerância', afirma artista

IARA BIDERMAN DE SÃO PAULO

O corpo que Alda Maria Abreu habita é andrógino. Forte e delicado ao mesmo tempo, foi construído desde sua infância, quando ela combinava as aulas de balé clássico às de judô.

É o surgimento, a anulação e o renascimento desse corpo que a bailarina baiana de 29 anos constrói novamente no espetáculo "Androgyne "" Sagração do Fogo", em cartaz em São Paulo.

"O tema é muito caro para mim. Habitar esses dois mundos, o masculino e feminino, ficou marcado em minhas costas e pernas, em minha musculatura. Resolvi ir fundo nessas forças que o corpo é capaz de construir."

Sua dança é também uma manifestação sobre a questão da identidade sexual, "contra toda a intolerância e o machismo", afirma.

Para isso, a bailarina faz um "pas-de-deux" entre o real e o virtual: o corpo vivo é atravessado por imagens de um tríptico audiovisual que funciona como cenário. "São três telas conversando comigo. Os vídeos arrastam outros lugares para o palco", diz ela.

Esses lugares são imagens filmadas na natureza, onde o ser andrógino surge em meio a córregos e lama, na primeira parte da obra.

Na segunda, os vídeos em preto e branco mostram objetos como crucifixos e um martelo de juiz, além de textos com a sentença que obriga a bailarina em cena a abnegar de um corpo que não quer ser caracterizado como de homem ou de mulher.

A terceira e última parte do espetáculo é conduzida por imagens aquáticas. "Meu corpo navega nessa liberdade oceânica, que lhe devolve uma característica da androginia maior que a união de gêneros, porque incorpora também os elementos da natureza", diz Abreu.


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