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Mostra exibe vestido, espartilho e prótese de Frida Kahlo

No México, museu expõe vestuário que ficou trancado no banheiro da casa da artista 50 anos após sua morte

FERNANDA EZABELLA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DA CIDADE DO MÉXICO

Por 50 anos, o banheiro do quarto de Frida Kahlo permaneceu trancado após sua morte, na casa onde hoje funciona um popular museu na Cidade do México. O espaço só foi aberto há dez anos, revelando diversos baús de objetos íntimos, como cartas, fotografias e vestidos coloridos.

Enquanto as correspondências viraram livros sobre a artista mexicana, seu guarda-roupa e suas fotos vão aos poucos chegando ao público. É o caso de duas mostras em cartaz na capital mexicana e na Califórnia (EUA).

Mais de 300 peças de vestuário são exibidas até setembro na residência de Kahlo, apelidada de Casa Azul, em salas que mudam os figurinos a cada três meses.

"Ela usava estes vestidos tradicionais para fortalecer sua identidade, reafirmar suas crenças políticas e para esconder suas imperfeições", diz a curadora Circe Henestrosa. "Seus amigos mais íntimos contam como Kahlo tinha um cuidado especial ao escolher o que vestir, dos pés à cabeça, com as mais lindas sedas, laços, xales e saias."

A exposição traz também aparatos médicos que a artista precisava usar por conta de suas doenças (primeiro pólio e depois um acidente num ônibus). Há uma prótese de perna com uma bota de cano alto vermelha e um espartilho feito de gesso, decorado com uma foice e um martelo.

Já a terceira sala tem objetos curiosos como um vidro de esmalte pink e adereços de cabeça. Outros espaços exibem vestidos de alta costura, como Gautier e Givenchy, inspirados na pintora.

Em 1937, seu estilo a colocou nas páginas da "Vogue". A revista ajudou na organização da mostra e anunciou um livro em parceria com o museu, a ser lançado na América Latina neste semestre.

PINTURAS E FOTOS

Foi o muralista Diego Rivera (1886-1957), marido de Kahlo (1907-1954), que havia dado as ordens para manter o banheiro fechado por 15 anos após a morte da artista. Mas a mecenas Dolores Olmedo (1908-2002), amiga íntima de Rivera que tinha ciúmes de Kahlo, conseguiu manter o lugar lacrado por mais tempo.

Olmedo, maior detentora de obras dos dois artistas, tem um museu próprio na periferia da Cidade do México. Em março, abriu uma exposição com centenas de pinturas da dupla que estavam em itinerância havia dois anos.

Outro lugar para ver as raridades do banheiro da Casa Azul é o Museu de Arte Latino-Americana de Long Beach (Califórnia), que exibe mais de 200 fotografias tiradas por Kahlo e de Kahlo. Há lembranças de família, como retratos da artista aos seis anos, e imagens de amigos famosos como Man Ray (1890-1976).

"É como sentar em sua sala de estar e folhear seu álbum de fotos. É muito pessoal", disse o presidente do museu, Stuart Ashman. A mostra abriu com um concurso de sósias e tem programação extensa com palestras e atividades até junho.


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