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Lilia Cabral vive chefe de boca em filme

Na comédia 'Julio Sumiu', que estreia hoje, atriz é dona de casa que começa a vender drogas para manter a família

Baseado em livro do humorista Beto Silva, longa traz ainda Fiuk e Carolina Dieckmann como tipos caricatos

ISABELLE MOREIRA LIMA DE SÃO PAULO

Você vai achar que já viu esse filme. Uma dona de casa que passa a vender drogas para o bem de sua família. Trata-se de "Weeds" (2005-2012), série estrelada por Mary-Louise Parker? Algo parecido com "Breaking Bad" (2008-2013), com a dona de casa no lugar do professor de química?

Não, é "Julio Sumiu", que traz Lilia Cabral como chefe de uma boca na zona sul do Rio e estreia hoje nos cinemas do país, com investimento de R$ 5 milhões da Globo Filmes.

Cabral interpreta Edna, que entra em desespero quando percebe que o filho mais novo está desaparecido e que, claro, só pode ter sido sequestrado.

Após uma confusão aqui, outra ali, entende que foi o chefe do tráfico no morro, Tião Demônio (Leandro Firmino, o Zé Pequeno de "Cidade de Deus"), que sequestrou o filho. Para salvar o rebento, ela precisa guardar uns pacotes de um certo pó branco em sua casa.

A comédia, dirigida pelo documentarista Roberto Berliner e escrita por Beto Silva (do "Casseta e Planeta"), baseada em livro publicado em 2005 pelo humorista, traz personagens caricatos, sendo o mais marcante o do policial corrupto.

Procurado por Edna, o policial civil Jilberto "com J" não oferece ajuda para encontrar o filho desaparecido. Depois, ao descobrir que Edna tem um "novo negócio", coage o filho mais velho, Silvio (Fiuk), a ser sócio da boca.

"Eu acho que é um retrato tão comum. Esses picaretas são tantos. Eles estão diariamente no jornal. São presos e são soltos. Eu espero que o filme traga alguma discussão. Tomara que a polícia venha a falar sobre isso", afirma Berliner.

Segundo ele, incluir a figura do policial corrupto, da periguete que se envolve com todos os policiais (interpretada por Carolina Dieckmann) e do traficante pobre e negro é "uma provocação" que faz parte do retrato do Rio de Janeiro contemporâneo.

"Uma das marcas desse filme é ter a cidade como um dos protagonistas", afirma.

Lilia Cabral conta que a criação de Edna, uma mãe que faz tudo para o bem dos filhos, foi baseada quase que exclusivamente no texto de Beto Silva. A atriz diz que evitou assistir a trabalhos com tema semelhante --e passou longe de "Weeds".

"Eu não fico procurando em que eu posso me basear para criar um personagem. Se eu imitasse alguém, não ia ser bom para mim", afirma. Ela diz, no entanto, que a "animação" do ursinho "Ted" (2012) ao usar drogas a inspirou. "Fiquei animadinha que nem ele", diz.

Beto Silva afirma que tem muito dele em Edna.

"É um personagem recorrente. Mas o legal, no caso dela, é que é uma mãe careta, ingênua, que não sabe nada das coisas e de repente entra em um mundo que não é dela. Aí tem um elemento de comédia muito forte: a dona Edna, que não sabe como funcionam aquelas coisas, de repente, tem uma boca."

Fiuk, que faz o filho doidão e administrador da boca, diz que não se vê em nada do personagem, "a não ser na idade". Ele conta que fez quase um mês de laboratório, frequentando bairros da periferia do Rio. "Foi muito intenso. Virei quase um carioca", diz o paulistano.


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