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Naomi quebra barraco

A supermodelo britânica quer trazer para o Brasil seu reality show com candidatas ao mundo das passarelas; enquanto não descola patrocínio, ela dá um jeito de alimentar sua fama de 'difícil'

PEDRO DINIZ COLUNISTA DA FOLHA

"Você é uma idiota." "Ninguém é seu amigo." "Cheque seu batom antes de vir aqui."

Tão famosos quanto os "barracos" são os bordões que Naomi Campbell dirige às participantes do reality show australiano "The Face", que ela comanda e que passa no Brasil aos sábados, pelo canal Fox Life.

Aos 43 anos, a supermodelo britânica cai de boca no reality show. O programa é uma espécie de "America's Next Top Model", só que mais sensacionalista. Nele, Naomi pode xingar à vontade as candidatas a modelo e manter sua fama de barraqueira.

Ela, que nos anos 1980 integrou o time de estrelas de John Casablancas, ao lado de Cindy Crawford e Christy Turlington, agora quer trazer o formato ao Brasil e busca patrocinadores. Diz que quer servir de exemplo às aspirantes a top dos trópicos.

"Minha carreira é cheia de altos e baixos e posso ensinar muito para as novas garotas", diz, em entrevista à Folha.

Neste mês, Naomi veio ao Brasil para emprestar sua imagem à Amfar (The Foundation for Aids Research), organização que até 2020 pretende descobrir a vacina anti-HIV às custas de doaçõesde milionários. E também para se esbaldar em baladas privê, como faz desde 1996, quando descobriu o Brasil.

"Ninguém reclama quando os caras de Wall Street saem para festas. Qual é o problemas de as modelos irem também?", questiona.

No sábado (5), um dia após a baladinha filantrópica, que ainda teve Sharon Stone e Kate Moss como convidadas, a modelo não acordou a tempo de encontrar a reportagem no horário. Depois de levantar, preferiu fazer compras com Kate Moss.

Foi a quarta vez que adiou a entrevista. No dia seguinte, resolveu enfim falar.

O encontro foi marcado num estúdio, em meio a uma sessão de fotos para uma grife de joias brasileira. A top atrasou quatro horas.

"Sou apenas verdadeira comigo mesma. Tenho personalidade", disparou, irritada, na entrevista monossilábica que acabou em 15 minutos.

De mau humor, cancelou a foto para a Folha. Mandou todo mundo sair do estúdio quando viu as câmeras apontadas para ela.

O estado de espírito, segundo sua assessora, foi creditado à morte da amiga e modelo inglesa Peaches Geldof, encontrada morta em Londres no dia em que Naomi recebeu a reportagem.

A imagem acima, feita pela marca de joias, precisou ser aprovada pela modelo.

DIAMANTE DE SANGUE

"Aprendi a ser profissional em tudo que faço. As pessoas falam bastante sobre mim e, por isso, não leio mais jornais e revistas", diz.

Ela tem motivos. Em 2006, foi processada por agredir uma ex-empregada. Outras duas a acusaram de abuso.

Já em 2010, enfrentou o Tribunal de Haia, onde admitiu ter ganhado um "diamante de sangue", em 1997, das mãos do ditador liberiano Charles Taylor. As pedras eram vendidas para financiar massacres em Serra Leoa, no oeste africano.


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