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Crítica - Documentário/Festival In-Edit

'As The Palaces Burn' nem é um musical nem filme de tribunal

Obra sobre turnê de banda de heavy metal muda o ritmo depois de vocalista ser acusado de matar um fã

ANDRÉ BARCINSKI COLUNISTA DA FOLHA

Documentários sobre bandas de heavy metal costumam ser interessantes devido à obsessão dos fãs e às histórias de devoção que o gênero inspira.

Mais que música, o heavy metal parece ser estilo de vida, reunindo jovens que se identificam com o lado agressivo, niilista e antissocial.

"As The Palaces Burn", de Don Argott, começa como um típico documentário de metal: o diretor acompanha a banda norte-americana Lamb of God enquanto ela se torna uma potência do gênero.

O filme foi produzido pela gravadora e pelo agente da banda, o que garante uma abordagem totalmente favorável e elogiosa ao grupo.

Na Colômbia, Argott entrevista um fã que mora em um bairro decrépito de Medellín.

Numa casa humilde, o rapaz mostra sua coleção de fitas cassete do grupo --ele não tem dinheiro para comprar CDs-- e fala de como a música do Lamb of God o ajuda a superar a dor de ter vários amigos e parentes mortos em guerras de traficantes.

Na Índia, uma fã, cantora de um grupo de heavy metal, conta como as letras dos norte-americanos a inspiram a superar o machismo local.

São histórias bonitas e emocionantes. As imagens de concertos em várias partes do mundo mostram, pela enésima vez, como os fãs de metal são obsessivos e apaixonados.

Mas um acontecimento inesperado muda a direção do filme: numa escala em Praga, na República Tcheca, o cantor Randy Blythe é preso, sob acusação de ter causado a morte de um fã, dois anos antes. Autoridades locais dizem que Blythe empurrou o rapaz do palco, e este teria batido com a cabeça no chão e, horas depois, morrido.

O que era um documentário sobre a vida na estrada vira um filme de tribunal, com direito a entrevistas com advogados, reconstituições e depoimentos emocionados.

No fim, "As The Palaces Burn" não é nem uma coisa nem outra: como documento da trajetória do Lamb of God e da adoração de seus fãs, fica aquém de vários outros filmes do mesmo tipo; como drama de tribunal, fica devendo em emoção e suspense.


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