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Crítica drama

Longa sobre jornada de judoca parece uma palestra motivacional

Brasileiro 'A Grande Vitória' perde rumo e afunda ao exibir sequência de competição sem força dramática

CÁSSIO STARLING CARLOS CRÍTICO DA FOLHA

Esportes e filmes costumam formar duplas de sucesso. De olho nisso, "A Grande Vitória" dirige-se à parcela de público que gosta de ação misturada a histórias de esforço e redenção.

Não há lugar aqui para pessimistas e perdedores. A trajetória do judoca Max Trombini desde criança, passando por seu esforço para conquistar uma vaga em competições olímpicas, repete a mesma de tantos outros atletas.

A infância do menino pobre, abandonado pelo pai, vivendo com a mãe e os avós na periferia de Ubatuba (226 km de SP), anuncia uma vida turbulenta e marginalizada. Na escola, Max é o brigão, e por isso a diretora o ameaça de expulsão.

Até que o professor de educação física (interpretado pelo próprio Trombini) orienta a mãe do garoto a inscrevê-lo numa academia de judô.

O filme se sustenta nessa passagem de transformação. A disciplina física, o apoio firme e paternal do instrutor (feito com equilíbrio por Tato Gabus Mendes), a dedicação aos treinos longe de casa são retratados com coesão.

A mistura da ambição profissional com as fragilidades afetivas, quando o pai desaparecido retorna, dão ao longa um interesse humano.

Na etapa propriamente esportiva é que "A Grande Vitória" perde o rumo e afunda. A sequência de competição, essencial a um filme sobre heroísmo nos esportes, não possui nem força dramática nem se alimenta de suspense. Aqui, fica evidente que, como judoca, Caio Castro nunca ultrapassa o limite de ator esforçado.

Tudo só piora quando a namorada, interpretada (?) por Sabrina Sato, ressurge como imposição de roteiro que o filme resolve apressadamente.

Como no cinema a última impressão é a que fica, a gente sai de "A Grande Vitória" sem saber se assistiu a um filme ou a uma palestra motivacional.


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