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Arte de rua vira cenário de romance adolescente

'Graffiti Moon' conta história de jovem apaixonada por grafiteiro

Diálogos da escritora australiana Cath Crowley foram inspirados em seus artistas favoritos

JULIANA CUNHA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A australiana Cath Crowley usa um romance adolescente para discutir arte de rua e dramas de jovens de classe média baixa.

Premiado em seu país de origem, "Graffiti Moon" gira em torno da protagonista Lucy, uma garota de 18 anos que trabalha como assistente em um ateliê de arte e nutre uma paixão juvenil por Sombra, um grafiteiro que ela nunca viu na vida.

A trama, que se passa em 24 horas, inclui um encontro mal-sucedido entre Lucy e Ed, um rapaz não muito interessante, mas que pode apresentá-la a Sombra.

A oposição entre um personagem ligado ao graffiti e uma protagonista que tenta se inserir no mundo da arte de galeria é explorado por Crowley como modo de mostrar ao leitor que toda forma de expressão tem seu valor.

"Quis trabalhar um personagem que não lê nem escreve muito bem, mas que consegue se expressar visualmente", conta a autora em entrevista à Folha.

No livro, Ed é um jovem com problemas de articulação, não muito brilhante em seu jeito de falar e com pouca cultura formal. Mesmo assim, é capaz de emocionar Lucy com sua arte.

Com descrições detalhadas e uma linguagem onírica, "Graffiti Moon" narra a noite em que Lucy e Ed percorrem a cidade em busca de Sombra.

DIÁLOGOS

Os protagonistas se conectam por meio da arte, por isso, os diálogos foram inspirados nos artistas favoritos da autora como Mark Rothko, Michael Zavros, Rosalie Gascoigne, Ghostpatrol e Miso.

"Quis escrever um livro sobre arte, tanto a das galerias quanto aquela feita nas ruas, porque acho que a arte entrega tanto ao mundo, dá às pessoas um meio de se expressarem, ensina empatia, fornece beleza em um mundo que é por vezes feio", diz. "E, claro, a arte é também política, dá às pessoas um meio de mudar as coisas."

Segundo Crowley, sua ideia foi recriar em palavras o que os personagens enxergam como imagens.

"Adoro o conceito de um garoto que espalha sua subjetividade pelo cenário urbano, essa noção de um jovem carente, de certo modo, que se recusa a aceitar a aspereza da cidade e quer fazê-la mais humana."

Vendido pela editora como um livro "young adult" --termo genérico criado pelo mercado editorial americano para se referir a obras que vão desde o infantojuvenil até a romances água-com-açúcar voltados para o público adulto--, o livro pode soar bobo a um leitor mais amadurecido, mas cativa o público-alvo, jovens entre 14 e 18 anos.

"Minha intenção era fazer uma história sobre personagens marginais, adolescentes que estão saindo agora da escola, não têm uma vida muito confortável financeiramente e precisam se apossar de seus próprios destinos", finaliza a autora.

GRAFFITI MOON
AUTORA Cath Crowley
TRADUÇÃO Marina Slade
EDITORA Valentina
QUANTO R$ 29,90 (240 págs.)


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