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Crítica - Musical

'Hedwig and the Angry Inch' é a peça mais original de NY

TETÉ RIBEIRO EDITORA DA "SERAFINA"

O mundo se divide entre pessoas que amam e as que detestam musicais. A segunda turma, pena, vai perder o melhor programa da atualidade em Nova York: uma noite com Hedwig e sua banda, The Angry Inch, com Neil Patrick Harris no papel principal.

A emoção começa na porta do teatro Belasco, na Broadway, quando a fila de esquisitos espera, com ingresso na mão, a hora de entrar. Tem gente muito gorda, magra, de cabelos roxos, velhos, novos, drag-queens, travestis. Nada a ver com a plateia de colares de pérolas e blazers bem cortados que lota os teatros nova-iorquinos.

A peça é um clássico off-Broadway de 1998. Escrita, dirigida e protagonizada por John Cameron Mitchell, virou o longa de mesmo nome lançado em 2001 (aqui, "Hedwig - Rock, Amor e Traição").

Com músicas que fariam sentido no repertório de bandas como Blondie, The Velvet Underground, e mais ainda, de David Bowie, o musical conta a história tragicômica de Hedwig, um menino que nasceu no lado oriental da Berlim pré-queda do muro.

Ele é levado aos EUA por um soldado americano, que impõe uma condição: uma operação de mudança de sexo. "Para ir embora, você precisa deixar algo para trás." A cirurgia não dá 100% certo, e ele acaba com um resto de carne no lugar do pênis, o "angry inch", ou "polegada raivosa".

Nos EUA, é abandonado e começa a fazer músicas. Arruma um namoradinho jovem, Tommy Gnosis, que rouba seu repertório e vira estrela. Quando o público encontra Hedwig, ele faz um show caído em um bar de quinta, enquanto Tommy lança o disco novo.

A nova montagem dá a Hedwig o que faltava na peça e no filme: um grande ator no papel principal. É Neil Patrick Harris, 40, o playboy de "Como Eu Conheci a Sua Mãe" ("How I Met Your Mother"), que acabou em fevereiro após nove temporadas.

Desde a estreia da série com que estourou, ele já saiu do armário, casou-se com o ator, roteirista e chef David Burtka, teve gêmeos com ajuda de uma barriga de aluguel, fez uma série musical de web brilhante, "Dr. Horrible's Sing-Along Blog" (2008) e, como apresentador, fez do prêmio Tony um ótimo programa de TV --em 2014, concorre favorito como melhor ator.

Mas corria o risco de virar o artista gay bonzinho, tipo uma Ellen DeGeneres sem programa vespertino. "Hedwig" muda tudo: ousado, irônico, arriscado e com uma voz linda, Neil é o melhor ator de musical em atividade, ponto.


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