Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Trechos

O juiz Tércio Pires nos recebeu de pé com os promotores Fausto Junqueira de Paula e Alfonso Presti. A escrevente Silvana Mori também já estava lá.

Antes de sentar, todos se cumprimentaram apertando as mãos -- o que não aconteceu entre mim e Roberto Carlos. Não por indelicadeza, mas pelo lugarque logo ocupamos na sala. O cantor se posicionou do lado direito do juiz, enquanto eu fui para o esquerdo, ficando do outro lado da mesa de reunião. Para haver o aperto de mão, precisaríamos dar uns três passos em direção ao outro, mas nem eu nem ele tomamos a iniciativa. Exatamente nesse instante me lembrei de um verso de "Pensamentos", uma de suas canções pacifistas, que diz: "Quem me dera que as pessoas que se encontram/ Se abraçassem como velhos conhecidos/ Descobrissem que se amam/ E se unissem na verdade dos amigos".

"Você escreveu que eu participei de orgias com garotas menores no apartamento de Carlos Imperial! Você me chamou até de covarde neste livro!"

Nesse momento tive certeza de que o cantor não havia lido a biografia. Qualquer leitor de "Roberto Carlos em Detalhes" sabe que ali não existem essas acusações. Respondi: "Roberto, você talvez seja a única pessoa que viu isso no meu texto. Nem mesmo seu advogados que aqui estão acreditam que escrevi tais coisas sobre você".

Roberto Carlos nada falou sobre o Brasil, sobre o governo Lula, sobre o papel dos Estados Unidos no mundo. É assim desde que ele despontou para o sucesso, há mais de 40 anos. Como não gosta de falar de política e também não se interessa por filosofia, economia, sociologia ou literatura, os temas de suas entrevistas costumam ficar restritos basicamente à sua vida pessoal e a alguns aspectos da carreira. Foi o que aconteceu mais uma vez nesse depoimento ao "Fantástico", em que, para justificar a censura a um livro, argumentou que "privacidade é uma coisa fundamental em ser protegida".

Extraídos de "O Réu e O Rei"


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página