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Até agora, obra de Godard é a mais desafiadora em Cannes

Longa do velho mestre do cinema francês expressa perplexidade com 'novo mundo'

Público aplaude por cinco minutos filme sobre Sebastião Salgado, dirigido por seu filho e Wenders

PEDRO BUTCHER RODRIGO SALEM COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CANNES

Jean-Luc Godard, 83, não foi à exibição oficial de "Adieu au Langage", projetado em sessão única no Festival de Cannes nesta quarta (21). Mas estava bem representado por seu filme: é o mais autoral e desafiador entre todos os títulos exibidos até agora na competição pela Palma de Ouro.

Em um curta postado no site oficial do festival, Godard agradece o convite feito pelos diretores de Cannes.

A sessão de "Adieu au Langage" teve a presença do produtor Alain Sarde e dos atores do filme, todos bastante aplaudidos no final.

Mas Godard se fez presente no que seu viu e ouviu no Grand Theatre Lumière, lotado (mais de 2.000 lugares).

O filme recupera estilo (palavras sobre imagens, fusões, narrações em off intercaladas às falas dos atores) e ideias recorrentes em seus últimos trabalhos, mas sem repetição.

As principais novidades aqui são o uso inovador da tecnologia 3D digital e a presença de um cão, que também tem voz, como os outros personagens do filme.

"Adieu au Langage" expressa perplexidade e preocupação. Constata que vivemos "o fim de um mundo e o nascimento de outro". Que mundo será é uma questão.

Na resposta, sem qualquer pretensão definitiva, impera certo pessimismo, o "fim da linguagem". Godard associa isso ao fim da liberdade humana: "renuncie à liberdade e você terá tudo".

Conciso e apaixonado, "Adieu au Langage" é dos poucos filmes da competição que ficará para além de tapetes vermelhos e prêmios. O mestre está em forma.

SEBASTIÃO SALGADO

O diretor brasileiro Juliano Ribeiro Salgado pagou preço alto por ser filho de Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos da história.

O diretor viu tudo valer a pena na noite de terça (20), quando seu "The Salt of the Earth" (O Sal da Terra), documentário codirigido com o alemão Wim Wenders ("Paris, Texas"), foi aplaudido de pé por cinco minutos pelo público presente no Palais des Festival, em Cannes.

"The Salt of the Earth" foi um recomeço tardio para pai e filho, como quando o jovem Salgado passou a viajar com o pai para registrar os bastidores de seu trabalho.

"Ele é um cara muito focado e inteligente. Ao filmar, eu descobri meu pai de uma maneira que não conhecia."

O longa viaja da infância do fotógrafo ao projeto do Instituto Terra, área de Minas Gerais onde cresceu, viu quase desaparecer com a seca e hoje é uma floresta protegida.

O documentário é uma espécie de exposição comentada de imagens de Salgado.

"A linguagem principal do filme são as fotos", diz Wenders, que conhece a obra de Sebastião há 25 anos. Eles se tornaram amigos.

A experiência de ver as fotografias de Sebastião Salgado em uma tela grande é arrebatadora. O filme deve estrear no segundo semestre no Brasil. O protagonista do filme não compareceu à Cannes. Seu filho foi o centro das atrações.


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