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Nina Becker canta 'doce Dolores' em álbum

Novo disco da cantora carioca mostra suas versões para as canções da 'musa da fossa'

GIULIANA VALLONE DE SÃO PAULO

Nem só de fossa viveu Dolores Duran. É isso que a cantora Nina Becker quer mostrar em seu novo álbum, "Minha Dolores" (selo Joia Moderna), em que traz suas interpretações para músicas da musa do samba-canção.

Na escolha do repertório, deixou de lado grandes sucessos de Dolores, como "A Noite do Meu Bem" e "Fim de Caso", e optou por mostrar o lado "solar" da cantora.

"Eu não sou essa cantora da catarse e da sarjeta. Escolhi as [canções] que têm a ver comigo", diz.

"Esse disco é um desejo egoísta de cantar o que eu tenho vontade de cantar, sem compromisso com o legado. Há músicas que ela nem compôs. Essa é a minha Dolores."

Ela deixou de fora, por exemplo, os versos tristes de "Castigo" ("Eu tive orgulho e tenho por castigo/a vida inteira pra me arrepender") e trouxe a romântica "O Amor Acontece", composta por Celso e Flávio Cavalcanti ("O amor nasce de um gesto/de um sorriso, de um olhar/o amor não se pode explicar").

O disco tem também "Estrada do Sol", composta por Dolores e Tom Jobim em 1958, ano que marcou o começo da bossa nova.

"Essa música é um elo entre o samba-canção e a bossa nova. Dolores foi uma precursora da bossa, mas morreu muito cedo, não teve tempo", diz Nina. Dolores morreu em 1959, aos 29, de infarto.

NA INTERNET

O álbum, que será lançado em show neste sábado (24) em São Paulo, só estará nas lojas no fim de junho. Mas já pode ser ouvido no site minhadolores.com.

Nina, 39, lançou seus primeiros dois discos, "Azul" e "Vermelho", em 2010. Antes disso, já cantava na Orquestra Imperial, ao lado de músicos como Moreno Veloso e Thalma de Freitas.

"O mais diferente de cantar Dolores foi o processo de trabalhar a voz. Sempre me senti um veículo para divulgar a música. Completei dez anos de carreira e só agora estou me sentindo uma cantora de verdade", afirma.

Para gravar Dolores, Nina trocou sua banda de rock por Luis Barcelos (bandolim) e Lucas Porto (violão de sete cordas). O resultado é uma sonoridade bastante diferente dos outros discos.

"Eles vêm do samba, do choro, em que há direção de arranjo ou eles leem as partituras. Aí propus que fizéssemos os arranjos juntos, no estúdio. Foi uma experimentação para todo mundo."


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