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Símbolo de rebeldia

Marlon Brando está no terceiro volume da nova Coleção Folha Grandes Astros do Cinema, que apresenta 25 livros-DVD com a história e um filme da carreira de cada ator

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um homem sedutor de jaqueta de pele de cobra com um violão, mulheres reprimidas emocionalmente, uma cidade violenta marcada por machismo, maledicência e racismo. O cenário é de desolação em "Vidas em Fuga" (1960), filme da nova Coleção Folha Grandes Astros do Cinema que vai às bancas no próximo domingo (1º/6).

O terceiro volume, dedicado a Marlon Brando, é o primeiro em que importa pesar a influência da história de vida do ator sobre seu trabalho.

"Brando demarca a entrada em ação de um certo método de interpretação, que incorpora vivências pessoais reais na construção de personagens", explica Cássio Starling Carlos, editor da coleção e um dos autores dos textos sobre vida e obra dos astros.

Ao ator não faltavam conflitos da infância -pai ausente e mulherengo, mãe que descontava na bebida- para adicionar tensão à criação dos personagens.

Num dos dois vídeos extras do DVD, o diretor do filme, Sidney Lumet, fala, bem-humorado, do trabalho que teve para guiar Brando, ator de repertório vasto e postura independente.

Já para outros astros da coleção, a consagração está muito ligada à direção certeira, que extraía o melhor de sua dramaticidade. É o caso de Sophia Loren (volume 20, "Ontem, Hoje e Amanhã"), que ganhou fama na adolescência como candidata em um concurso de beleza, e Rock Hudson (volume 15, "Tudo que o Céu Permite").

"Nos primeiros trabalhos, colegas falam de Hudson como se fosse um poste. Mas aconteceu de ele cair nas mãos dos diretores certos, que arrancavam daquele poste o que tinha de bom. Ninguém é ótimo o tempo todo", afirma Starling.

CACHÊ MILIONÁRIO

Na tragédia "Vidas em Fuga", Brando cria o músico Xavier, papel pelo qual foi o primeiro a receber US$ 1 milhão para atuar em um filme. Ele foge do seu passado e chega a uma cidade do sul profundo dos Estados Unidos, onde desperta paixões.

O filme adapta uma peça de Tennessee Williams (1911-1983), autor de "Um Bonde Chamado Desejo", que Brando fizera no teatro e no cinema. Nos dois papéis, ele abusa da imagem de rebelde, que lhe converteu em ícone pop tanto quanto a figura de Audrey Hepburn (volume 13), reproduzida até hoje em coleções de moda.

"Há modelos e coleções inspiradas nos figurinos de Audrey. Isso vai sendo formulado e reformulado, e essas pessoas ficam cada vez mais icônicas", diz Starling.

Para ele, de um modo geral, estrelas correm o risco de virar reféns da imagem. Na carreira de Brando, "Vidas" aparece quase como um ponto de inversão. "O ator percebe que queimou o cartucho e que precisa buscar uma nova direção", diz.

Não que a atuação não convença. Pelo contrário. O filme tem alma teatral, centrado em espaços fechados e duelos de interpretação entre Brando e três ótimas atrizes: Anna Magnani -vencedora do Oscar e diva do cinema por filmes de Federico Fellini, Pier Paolo Pasolini, Roberto Rossellini, Luchino Visconti e Jean Renoir-, Joanne Woodward e Maureen Stapleton.


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