Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Sucesso da Amazon chega ao país em papel

Vendida por um dólar e sem editora, ficção científica 'Silo' atingiu a lista de mais vendidos do site há três anos

Direitos da obra do autor americano Hugh Howey foram vendidos para o diretor Ridley Scott, de 'Blade Runner'

FERNANDA REIS DE SÃO PAULO

Assistindo ao noticiário, o autor americano Hugh Howey imaginou uma sociedade que só teria acesso à informação por uma única tela, que exibiria somente imagens ruins do mundo. Escreveu uma história curta e a vendeu por US$ 1 na plataforma de autopublicação da Amazon, em 2011.

Os leitores pediram para que ele continuasse escrevendo. Ao longo de seis meses, lançou mais quatro livros curtos que continuavam a história do primeiro. As narrativas foram agrupadas num só volume, intitulado "Silo", que chegou, naquele mesmo ano, à lista de best-sellers do site.

O sucesso chamou a atenção da editora Simon & Schuster, que comprou os direitos da obra para o papel --Howey continua vendendo o e-book de modo independente. No Brasil, "Silo" foi lançado agora pela Intrínseca.

Howey, 38, conta que recebeu uma oferta de uma editora para publicar sua obra, mas optou pela autopublicação. "Achei que assim poderia ter mais controle criativo sobre a história", diz à Folha.

A melhor estratégia de promoção, segundo ele, foi publicar sempre mais material. "É difícil ter um livro descoberto, mas, se você tiver seis livros disponíveis, há mais chance de que alguém o ache e vá atrás das outras coisas que você escreveu."

No livro, o ar se torna tóxico, e, para sobreviver, os homens criam abrigos subterrâneos. Para ter um filho, os casais devem se inscrever em uma loteria. Os vencedores podem procriar assim que outra pessoa morrer.

O único contato com o mundo exterior é uma tela, ligada a uma câmera do lado de fora. Como castigo por desobedecer às rígidas leis do local, as pessoas são enviadas para fora para limpar a lente --e morrer.

"O livro tem uma mensagem humana. De quantas regras uma sociedade precisa?", pergunta Howey. "Temos que achar um meio-termo em que existam regras suficientes para manter o povo em segurança, mas em que as pessoas se sintam livres."

Para o autor, que diz preferir os livros de economia e ciência aos romances, a ficção científica ajuda as pessoas a se questionar sobre o futuro. "Quanto mais inteligentes os leitores, mais o gênero tem a oferecer, não só como entretenimento, mas como forma de fazê-las pensar."

A isso ele atribui o sucesso dos livros distópicos entre os jovens leitores. "Para a juventude de hoje, o futuro não é um conceito tão distante quanto era para mim. Quando eu era pequeno, imaginávamos carros voando e pessoas vivendo na lua. Hoje as coisas acontecem muito rápido, o futuro é amanhã."

Os direitos do livro para o cinema foram comprados pelo diretor Ridley Scott, de "Blade Runner" (1982). "O roteiro está sendo escrito agora e é absolutamente brilhante. Quem sabe se vai mesmo chegar às telas, mas há muita gente animada com o projeto."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página