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Televisão

Record faz rocambole de temas em novela

Incesto, trabalho infantil, neonazismo, vício em remédios e Alzheimer estão na lista de assuntos abordados em 'Vitória'

Trama estreia às vésperas do 'jejum da informação' proposto pelo bispo Edir Macedo, dono da emissora

ISABELLE MOREIRA LIMA DE SÃO PAULO

Um rocambole é o que vem à mente quando se lê a sinopse de "Vitória", novela que a TV Record estreia nesta segunda-feira (2).

Ambientada no mundo das corridas de cavalos, o folhetim tratará de trabalho infantil, incesto, neonazismo, assédio sexual, vício em remédios, bullying, Alzheimer e preconceito contra cadeirantes, entre outros temas.

A profusão de assuntos, embora assuste, não é exatamente inédita na teledramaturgia brasileira. Tanto "Amor à Vida", de Walcyr Carrasco, quanto "Em Família", de Manoel Carlos, dois últimos folhetins globais das 21h, já abordaram uma lista enorme de tópicos ao mesmo tempo.

A autora de "Vitória", Cristianne Fridman, acredita que o telespectador não vai ficar confuso. Segundo ela, os assuntos não foram escolhidos aleatoriamente, e sim com base no que acontece no país e no desenvolvimento da trama.

"Os temas vêm da vida dos personagens. Eu não escolho o assunto e uso o personagem para expor uma ideia. Quando crio um personagem, crio uma ambientação e tenho que utilizar tudo o que ela me permite", disse à Folha.

Seguindo esse raciocínio, Fridman criou Gabi (Victória Diniz), uma aluna gordinha que sofre bullying na escola, cuja dona exerce violentas atividades neonazistas.

Para a autora, essas tramas convergem para a história principal, se "entrelaçam" e ficam "orgânicas".

O que a autora ressaltou incansavelmente foi o desejo de que todos assistam à novela.

JEJUM

Na última semana, o bispo Edir Macedo, dono da Record, propôs aos fiéis em seu canal do YouTube um "jejum da informação" de 40 dias a partir de 10 de junho, segunda semana do folhetim.

"Nós vamos fazer um jejum espiritual, de informações. Um jejum de rádio, televisão, de tudo o que o mundo oferece. Jejum de jogos, distrações, diversões", disse no vídeo. O período de abstinência começaria dois dias antes da abertura da Copa, cujos direitos de exibição o canal não possui. Procurada, a Record disse que não comentaria o assunto.

Com ou sem jejum, o que vai ao ar a partir desta segunda (2) é a história da joqueta Diana (Thaís Melchior), a mocinha, e de seu envolvimento com Artur (Bruno Ferrari), cadeirante que pode ser seu meio-irmão e é movido por um plano de vingança.

A autora conta que se inspirou na história de um amigo, que sente uma espécie de "preconceito às avessas". "As pessoas são muito caridosas com ele no Natal. Acham que ele é um coitadinho, não pode ser má pessoa", diz.

Fridman disse que quer subverter a ideia do portador de deficiência bondoso e não pretende fazer merchandising social. "Não vou falar sobre as dificuldades de acessibilidade. Quando mostro o preconceito que ele sofre, o merchandising social vem involuntariamente."


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