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Artista cria painel a partir de termos do Instagram

GUILHERME GENESTRETI DE SÃO PAULO

Um muro grafitado, a "selfie" inocente de um garoto no espelho, um lago bucólico. Dezenas de imagens postadas no Instagram, à primeira vista sem nenhuma relação entre elas, compõem a instalação "Cinema sem Volta", da artista Giselle Beiguelman, 51.

A obra, exposta desde a última sexta (30) na mostra "Multitude", projeta num telão sequências de fotos tiradas por anônimos naquela rede social. O único filtro que conecta retratos tão díspares é o uso de certas "hashtags" --palavras-chave precedidas por um símbolo de jogo da velha que agregam um mesmo assunto na internet.

São sete os termos: Copa, racismo, homofobia, ocupa, macho, privacidade e terrorismo. O que têm em comum?

"Todas são termos ambivalentes, usados por grupos que têm ideologias distintas", diz Beiguelman, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. "O que é #Copa2014? Esperava achar só foto de gente contra, mas vi até mais de gente curtindo."

As imagens, dispostas numa espécie de "slideshow", alternam séries de 18 fotos de cada um dos termos e são alimentadas automaticamente, sem intermediação da artista.

"Elas vêm sem nenhum controle e não se repetem: são um cinema sem volta", diz Beiguelman. "A maioria não é da minha estética nem da de grande parte do público, mas a internet é a turba: tem tudo."

Para Beiguelman, que se define como uma "webartista", a história contemporânea está sendo escrita pelas "hashtags". "Dá para construir a narrativa do nosso tempo, com todos os pontos de vista, só olhando os usos que se fazem desses termos."

A obra fica exposta até 10 de agosto no Sesc Pompeia.


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