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Shoppings de São Paulo correm para construir teatros

Abertura de salas se dá por pressão do Ministério Público para que lei municipal seja cumprida

Desde 1991, todo novo centro comercial com mais de 30 mil m² é obrigado a ter pelo menos um teatro

MARIA LUÍSA BARSANELLI DE SÃO PAULO

São Paulo ganhará neste ano ao menos três teatros em shoppings, estruturas que se somam a outras cinco já em funcionamento na cidade.

O Vila Olímpia abrirá no mês que vem um teatro para 800 pessoas; JK Iguatemi (com 1.200 lugares) e Jardim Sul ainda não anunciaram suas datas de inauguração. Outros cinco shoppings também planejam teatros.

Os novos espaços seguirão o exemplo do Teatro Bradesco (Bourbon Shopping), Teatro das Artes (Eldorado), Teatro Folha (Pátio Higienópolis) e Teatro Shopping Frei Caneca. Essas casas têm, em sua maioria, grande capacidade de público e programação voltada para produções comerciais (musicais, espetáculos de humor e shows de música).

Hoje o Bradesco é um dos principais palcos de musicais na cidade --o último a fazer temporada na casa foi "Nas Alturas - Um Musical da Broadway"--, com ingressos que costumam variar de R$ 30 a R$ R$ 260, dependendo da poltrona e do evento.

No Teatro das Artes (onde atualmente pode ser visto o musical "Rita Lee Mora ao Lado") e no Frei Caneca, musicais e comédias preenchem boa parte das sessões. Já o Teatro Folha tem também montagens voltadas ao humor e ao público infantil.

"Há uma migração para shoppings por uma questão de segurança e de praticidade, mas isso afasta muito os espectadores de baixa renda", afirma Paulo Pélico, vice-presidente da APTI (Associação dos Produtores de Teatro Independentes).

Para o ator Ricardo Corte Real, esse tipo de empreendimento é positivo, uma "ação que facilita a ida de mais público ao teatro".

O diretor Kleber Montanheiro, da Cia da Revista, avalia que esses palcos são uma boa maneira de atrair espectadores. "Mas é preciso criar uma pluralidade na programação, mesclando trabalhos comerciais e de fôlego."

LEI

O boom, porém, não se deve apenas a um interesse no mercado de entretenimento ao vivo. Desde 1991, todo novo centro comercial com mais de 30 mil m² é obrigado por lei a ter pelo menos um teatro e um cinema com, no mínimo, 250 lugares cada um.

A regra municipal também vale para o empreendimento que decide ampliar a sua área em mais de 10 mil m².

Mas há compensações. Os shoppings que se encontram nessas duas situações contam com um benefício, estabelecido por lei em 1994.

Tanto a área do cinema quanto a do teatro ficam de fora do valor que o estabelecimento desembolsa em outorga onerosa --espécie de taxa paga para a prefeitura em troca do direito de se construir acima do limite básico em algumas regiões da cidade.

Como revelado pela Folha em agosto de 2012, alguns empreendimentos já usaram desse benefício quando inaugurados ou reformados, mas ainda não abriram seus teatros.

A onda recente de construção de teatros também se dá, segundo a Folha apurou, por pressão do Ministério Público para que a lei municipal seja cumprida. Procurado, o órgão negou que tenha pressionado os centros comerciais.


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