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Crítica - Comédia

Scapin e Rosi Campos detonam o riso em peça sobre o teatro

NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO

"Terceiro Sinal", embora tenha o próprio teatro como tema, não visa pensar a cena. Quer fazer rir, nada além.

Retrata de início o ensaio de uma peça, com atores geniosos mostrando suas fraquezas, em conflito com um diretor também caricato.

No segundo ato, ganha ritmo alucinado. O público acompanha uma apresentação a partir das coxias. Um jogo de seduções, traições, atos de crueldade e ameaças de morte, com excesso de portas que se abrem e fecham, até quase a incompreensão.

Seus personagens são burlescos, amontoados de lugares-comuns. Mas no segundo ato ela é, de fato, a peça mais engraçada em décadas.

Foi como descreveu o crítico Frank Rich, que viu quatro vezes o texto escrito por Michael Frayn em 1982. É tão engraçado que o espectador quer voltar seguidamente.

Mas a encenação brasileira tem problemas, a começar do fato de que elimina, sem aviso, o terceiro ato --com o fim da carreira da peça.

É certo que, já no original, primeiro e terceiro atos soam supérfluos, e a peça não tem final definido. Mas o corte é drástico, até desrespeitoso, com o autor e com o público.

Também figurinos e outros são pouco desenvolvidos, como se "Terceiro Sinal" tivesse estreado às pressas.

Cássio Scapin e Rosi Campos ajudam a sustentar a cena com empenho e estoica dignidade, além do talento cômico, interpretando um casal de atores veteranos.

Ela o trai com outro ator, ele morre de ciúmes e tenta se vingar --e é no redemoinho de ambos que a comédia se confirma bem-sucedida.


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