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Sem galerias, artistas usam caminhões de mudança para expor

Dificuldade para entrar no mercado de arte tradicional impulsionou a criação de espaços expositivos móveis

Formato de veículos com instalações e mostras de pintura e fotografia ganha adeptos nos EUA

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

Depois da comida sobre rodas, é a vez da arte. Galerias móveis, improvisadas em carretas de caminhão, estão ganhando adeptos nos EUA.

Nas redes sociais, é possível contar 30 desses espaços espalhados em cidades como Los Angeles, Tampa (Flórida), Chicago e Seattle.

Na região de Nova York, a artista Elise Graham decidiu montar sua própria galeria depois de alugar apartamentos para expor suas obras e até pendurá-las em árvores na mata próxima à sua casa.

Há um ano, ela encontrou o modelo que procurava: piso de chapa de alumínio, um espaço de 7m² para exposições e... rodas. Pagou US$ 18 mil (cerca de R$ 41 mil) por um pequeno caminhão de mudanças, que foi transformado na Rodi Gallery.

"Só tive que dar um jeito nas paredes, colocar uma iluminação no teto, adaptar uma escada", explicou a artista plástica à Folha, durante uma feira no Brooklyn.

A dificuldade de entrar no mercado tradicional de arte foi determinante para que Graham resolvesse investir no caminhão. "É tudo tão difícil que imaginei fazer melhor sozinha", disse, ao lado do filho, Aaron, 23, que hoje também expõe seus trabalhos junto aos quadros da mãe.

"Você não pode simplesmente pegar a sua arte e expô-la numa galeria, é preciso fazer política", afirma Aaron.

Desde sua criação, a Rodi Gallery já abriu seu espaço gratuito para outros três artistas. De novembro a março, contudo, ficou fechada por causa do frio intenso.

"A gente enfrenta esse tipo de problema", diz Graham, que roda por vários bairros nos fins de semana.

Osman Khan, de Detroit, também comprou um caminhão pensando em torná-lo espaço de exposição. No último fim de semana, seu veículo era uma galeria fincada em Nova York com mostras de cinco artistas, entre instalações, fotografias e painéis.

Christina deRoss, que levou sua obra para a galeria sobre rodas de Khan, diz que essa opção é importante por garantir autonomia aos expositores.

"E todo o valor da obra vendida fica com o autor", afirma a artista.


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