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Crítica - Suspense

'O Lobo Atrás da Porta' prende público em ciranda de segredos e pistas falsas

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Originário da escola do curta-metragem, o diretor e roteirista Fernando Coimbra estreia em longas com este thriller que trabalha o suspense com rara competência e vai além das convenções que definem o gênero.

A história acontece na zona norte do Rio de Janeiro e se baseia no caso de uma menina desaparecida que abalou a cidade nos anos 1960.

Depois do desaparecimento, os pais da criança, Sylvia (Fabíula Nascimento) e Bernardo (Milhem Cortaz), e Rosa (Leandra Leal), amante de Bernardo, contam à polícia suas versões do caso.

Parciais e contraditórios, os depoimentos estruturam a narrativa, que enreda o espectador numa ciranda de pistas falsas, vinganças e segredos.

A adoção de vários pontos de vista instala uma desconfiança em relação aos personagens. A atmosfera de tensão só aumenta.

A câmera, quase sempre muito próxima dos atores, não mostra certos detalhes das ações, contribuindo para ampliar o mistério.

Reais e prosaicas, as locações definem um espaço naturalista, o que acrescenta mais uma pitada de perturbação no espectador, que não sabe quem é vítima e quem é vilão nessa história.

Bem delineados e convincentes, os três personagens principais são cheios de ambiguidades. A ótima direção de atores de Coimbra é fundamental para o resultado.

O destaque vai para Leandra Leal, que compõe um personagem inquietante e distante do estereótipo da amante.

Grave e surpreendente, o desfecho não faz julgamentos morais, apenas apresenta o trágico como dado da condição humana.


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