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Peças de grupo carioca questionam em cena as regras da criação teatral

Mostra de trabalhos da cia. Foguetes Maravilha começa hoje em SP

GABRIELA MELLÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Decidido a experimentar o ofício dramatúrgico durante uma viagem de trabalho, o ator e diretor carioca Felipe Rocha conta que se fechou num quarto de hotel, abriu o computador e digitou: "Ele precisa começar".

É esse o título de seu primeiro espetáculo como autor, que abre nesta quarta (11) a temporada da Cia. Foguetes Maravilha, em São Paulo. É também o ponto de partida da trama, que reproduz as ideias mirabolantes que surgem à mente do ator/personagem no instante em que ele escreve o texto.

O jogo metalinguístico de abrir os procedimentos teatrais em cena e construir o enredo diante da plateia dá o tom dos cinco espetáculos que compõem a mostra do coletivo na cidade.

"Falar, durante a peça, sobre o fato de estarmos no teatro, é como me sinto chegando mais perto do espectador", diz Rocha. Além de conquistar o envolvimento da plateia, seu objetivo é questionar os estatutos que organizam o teatro tradicional.

"Nossa vontade é aproveitar o que já está estabelecido, o que as pessoas já imaginam quando vão assistir a um espetáculo de teatro, para produzir surpresa, mistério, cumplicidade ou distanciamento", diz Alex Cassal, também ator e diretor do grupo.

Em "Ninguém Falou que Seria Fácil", peça que rendeu a Rocha o Prêmio Shell de melhor autor em 2011, o jogo anárquico de desconstrução e reconstrução lembra brincadeiras infantis, em que fantasias são assumidas como reais sem qualquer esforço. A peça trata de uma troca de papeis iniciada por uma discussão de casal.

Além desses dois espetáculos, a companhia apresentará em São Paulo "2 Histórias", "Síndrome de Chimpanzé" e "Desejo-Manifesto". Todas as obras dão ao espectador a sensação de que a criação acontece diante de seus olhos.

Segundo Rocha, a marcação que rege os movimentos dos atores no palco não é rígida, há espaço para improviso. "A gente decide coisas durante a apresentação, ficamos nos provocando uns aos outros. Isso faz com que o espetáculo esteja sempre vivo e pulsante", afirma.

Para Cassal, a possibilidade de modificar as regras estabelecidas em cena "cria a escuta, a imprevisibilidade e a urgência do jogo".


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