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Dior mania

Estilista criador do 'new look' ganha dois livros e uma exposição dedicados a mostrar sua contribuição para a história da moda

PEDRO DINIZ COLUNISTA DA FOLHA

Depois da cinebiografia de Yves Saint Laurent e de grandes mostras das grifes italianas Prada e Gucci, o estilista Christian Dior é o destaque do segundo semestre.

Dois livros que traduzem sua contribuição para a moda serão lançados nos próximos meses. Um destrincha sua carreira e outro traz imagens raras da história da marca homônima --este é acompanhado de exposição na França, em cartaz até 21 de setembro.

O revolucionário "new look", criado em 1947, é o tema central de "Monsieur Dior: Once Upon a Time" (senhor Dior: era uma vez), da jornalista francesa Natasha Fraser-Cavassoni. O new look é um conjunto composto de saia quatro dedos abaixo dos joelhos e jaqueta com cintura fina (a jaqueta bar)

Por nove meses, a jornalista colheu 80 entrevistas de personalidades --incluindo a atriz Lauren Bacall e o ex-assistente de Dior, o estilista Pierre Cardin-- além de ter entrado nos arquivos da marca para mostrar o impacto que o look foi capaz de produzir após a Segunda Guerra.

A escassez de tecidos tomava conta da Europa naquele tempo e a moda masculinizava a imagem feminina, influenciada pela guerra. Dior (1905""1957) percebeu a necessidade da quebra de padrões e resgatou a feminilidade.

Segundo a autora, ele tinha três elementos importantes para o sucesso: "timing, talento e ousadia".

PIERRE CARDIN

Numa das passagens do livro, Pierre Cardin conta as horas que antecederam o primeiro desfile da Maison Dior, tido como um dos maiores da história do vestuário, em que o "new look" foi apresentado. "A pressão me fez ficar três dias sem dormir", lembra Cardin, com 24 anos na época.

"Tive de comprar esparadrapo para dar volume ao peplum [espécie de aba na parte inferior da jaqueta], porque Dior ainda tinha dúvidas sobre o look na última hora."

O próprio Dior afirmara que as construções do estilista britânico Charles James inspiraram o novo modelo, mas a escritora refuta.

"Dior seria o último a copiar ou ser influenciado por qualquer um. Além disso, tinha tino comercial, que nenhum estilista tinha na época. James era mais artista do que designer de moda", diz.

Esse tino fez Dior se aproximar de nomes importantes da fotografia de moda dos anos 1940 e 1950. Richard Avedon, Helmut Newton, Irving Penn e Cecil Beaton foram alguns dos responsáveis por levar a nova cara da costura para as revistas de moda.

FOTOGRAFIA DE MODA

Eles são o mote da mostra "Dior, The Legendary Images" (Dior, as imagens lendárias), em cartaz no Museu Dior, na França, e de um livro homônimo, organizado pela editora Rizzoli e ainda sem previsão de lançamento no Brasil.

A curadora Florence Müller escolheu 200 fotografias feitas entre 1947 e 2014 para contar a história da casa de costura. "Todas elas traçam um paralelo entre o estilo Dior e a forma que os fotógrafos o absorveram", diz.

Müller separou 50 roupas, colocou-as em manequins e as posicionou junto às imagens correspondentes.

"Esses fotógrafos tornaram a moda mais desejável, uma tradução visual e social de uma época e de como podemos criar nosso estilo. Moda e fotografia têm um forte poder evocativo", afirma a curadora.


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