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Produção fotográfica atual busca trazer de volta glamour antigo
DO COLUNISTA DA FOLHAA contemplação das fotos do livro "Dior, The Legendary Images", editado pela Rizzoli, evidencia o quanto a produção imagética dos anos 1940 aos 1970 influencia a atual, embora a estética antiga seja menos plástica e menos retocada que a de hoje.
As campanhas da Dior assinadas pelos fotógrafos americanos Richard Avedon (1923-2004) e Irving Penn (1917-2009) guardam similaridades com as idealizadas para a grife no século 21 pela dupla de fotógrafos holandeses Inez & Vinoodh e a americana Nan Goldin.
"A foto de moda permanece com base nos princípios de construir estilos acompanhados de beleza idealista ou nos princípios de realismo, mais perto do cotidiano. Hoje, as imagens encapsulam essas realidades", diz Florence Müller, curadora da exposição que leva o nome do livro, em cartaz no Museu Dior (Granville, Normandia).
Em uma das fotos expostas, de 1978, Helmut Newton registrou uma modelo vestida com terno da coleção de alta costura como se ela estivesse caindo de um prédio.
O alemão Peter Lindbergh fez o mesmo em 2008, com a atriz francesa Marion Cotillard na campanha "The Lady Noir Affair", curta-metragem do francês Olivier Dahan feito sob encomenda da Dior. Na campanha, a atriz aparece suspensa na Torre Eiffel.
A foto da fotógrafa francesa Dominique Issermann para o perfume Eau Sauvage, em 1987, mostra um homem de cabeça baixa com toalha na cintura. O conceito, realista, foi base para que Nan Goldin --famosa pelo estilo documental e impactante--, registrasse o ator Robert Pattinson, em 2013, na publicidade do perfume Dior Homme.
As "imagens lendárias" do livro revelam a tentativa atual de resgatar o glamour antigo, agora pasteurizado em photoshop, tão importante quanto câmera e olhar. (PD)
