Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Barítono pop, Paulo Szot faz musical com a Osesp

Destaque da ópera que ganhou Tony por atuação na Broadway está em SP

Cantor radicado em Nova York faz récitas de 'Candide' e da Nona Sinfonia de Beethoven, na Sala São Paulo

GISLAINE GUTIERRE DE SÃO PAULO

Paulo Szot é um dos mais prestigiados cantores de ópera na cena internacional, mas, ao ganhar quatro prêmios na Broadway --entre eles um Tony-- e ter um espetáculo seu, feito com trio de jazz, indicado a melhor show de Nova York em 2013, tornou-se uma figura pop, para além das fronteiras do mundo erudito.

O barítono paulistano radicado em Nova York está em São Paulo para dois trabalhos com a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo): o musical "Candide", no qual faz o narrador e o professor Pangloss e a Nona Sinfonia de Beethoven, que será executada nos dias 3, 4 e 6 de julho, também na Sala São Paulo.

Szot, 44 anos, foi ousado quando cancelou óperas na França e na Espanha para fazer o musical "South Pacific", na Broadway, em um papel para cantor lírico. Mas os quatro prêmios que recebeu pelo trabalho --incluindo o Tony, em 2008--, mudaram o rumo de sua carreira.

Hoje, por exemplo, se prepara para sua quinta temporada no Metropolitan, na ópera "A Morte de Klinghoffer", de John Adams.

"Eu era um estranho no ninho", diz Szot, sobre seu início na Broadway. "Creio que muitos ali nunca tinham visto um cantor de ópera de perto", ri.

O clima de "o que ele está fazendo aqui?", segundo Szot, acabou logo, e deu espaço para descobertas. Enquanto seus colegas queriam saber de onde saía uma voz tão potente, o barítono teve ajuda deles para atuar nas partes faladas.

Nos EUA, o prestígio conquistado na Broadway não gerou preconceito no meio erudito. Na Europa, porém, alguns viram o feito com restrições.

"Disseram que isso era ruim para a carreira, que esses mundos não devem se misturar, mas, para mim, o que não deve ser misturado é o que é ruim ao que é bom, porque o que é bom ao bom sempre teve lugar."

Szot está acostumado a remar contra a maré. Descendente de poloneses que aprendeu a tocar piano aos quatro anos e violino aos sete, escondia dos coleguinhas da escola seu gosto por artes. Achava que não seria compreendido

Aos 18, partiu para a Polônia como bolsista para estudar balé clássico na Cracóvia. Foram 23 dias a bordo de um navio cargueiro até chegar ao país, onde, meses depois, treinando piruetas, caiu e teve uma lesão no joelho.

"Os médicos disseram que se eu quisesse continuar caminhando, teria de parar de dançar", diz. Foi então que passou a investir no canto.

MISTURA

Szot agora se diverte cantando standards internacionais, músicas brasileiras e da Broadway num projeto independente com trio de jazz.

Fez uma temporada no hotel Carlyle, pelo qual foi indicado pela MAC (Manhattan Associaton of Cabarets and Clubs) como show do ano. A nova temporada, em agosto, será no 54 Below, reduto de cantores da Broadway.

O barítono fez até a apresentação de um vídeo que busca atrair público brasileiro para o musical "Mamma Mia", na Broadway --no ar no YouTube-- e diz ter recebido convites para atuar na TV aberta, no Brasil.

Sua agenda registra compromissos até 2016. Depois da temporada no Met, fará a ópera "As Bodas de Fígaro" em Dubai, uma apresentação com músicas da Broadway com June Anderson, na Itália, a ópera "Carmen" na Inglaterra, "Madame Butterfly" na França, e "O Morcego" no Metropolitan.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página