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Depoimento

'Bob Wilson foi fundo na essência da personagem, a mulher aprisionada'

DE SÃO PAULO

O diretor americano Robert Wilson montou no Brasil, no ano passado, a adaptação da escritora Susan Sontag (1933-2004) para a peça de Ibsen. A atriz Bete Coelho, que atuou como a enteada mais nova de Ellida, a dama do mar, fala à Folha sobre aquela montagem.

(IARA BIDERMAN)

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"Susan escreveu o texto para ser montado por Bob Wilson. Ibsen foi muito corajoso ao escrever, em 1888, uma peça feminista. Mas, para Wilson, era uma narrativa linear, realista, até chata.

Susan acrescentou uma maneira de falar do assunto que ainda é pertinente. O tema, claro, permanece: a alma feminina, a questão da liberdade de escolha.

A adaptação leva o tema às últimas consequências, vai fundo na essência dessa mulher que está se sentindo aprisionada, encalhada.

Na encenação de Wilson, o tempo é fragmentado. As personagens são apresentadas já prontas, não vão sendo construídas sutilmente dentro de um tempo linear.

O teatro de Wilson é absolutamente marcado, não existem cacos' [falas improvisadas], é tudo encadeado. Parece contraditório, mas é onde encontro liberdade para atuar, porque posso me expressar de maneira direta, sem subterfúgios psicológicos. Não interessa a identificação com o personagem, não importa que uma atriz de 50 anos interprete uma adolescente de 14, como a minha personagem na peça [Hilde].

A história é sensacional, o conflito de uma mulher entre correr o risco da liberdade ou se adaptar. Tem uma frase da peça que define isso muito bem: Então, é isso a liberdade? Aquele instante, aquela faísca de luz já terminou...'."


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