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Crítica - Comédia

'O Teorema Zero' é mais confuso do que o futuro distópico que pretende retratar

RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA

Poucas mentes cinematográficas são tão férteis quanto a de Terry Gilliam. Seus filmes sempre oferecem uma quantidade generosa de ideias mirabolantes e caminhos imprevisíveis.

Em seus melhores trabalhos depois da fase do grupo de comédia Monty Python ("Brazil", "12 Macacos"), ele consegue unir seus devaneios em um conjunto minimamente sólido.

Já suas obras menores são como a seleção brasileira de futebol: as ideias nunca se conectam para formar um time coeso, e o resultado depende de lampejos de criatividade.

"O Teorema Zero" pertence a essa segunda categoria de filmes. Trata-se da história de um hacker antissocial (interpretado pelo ator austríaco Christoph Waltz, de "Bastardos Inglórios") contratado por uma grande corporação para descobrir um teorema que vai provar a falta de sentido da vida.

As marcas do trabalho de Gilliam estão todas reunidas em mais essa comédia distópica: cenários barroco-futuristas, clima de paranoia, a presença sufocante da tecnologia, realidades alteradas e um pitada de romance.

Mas a principal limitação do cineasta também dá as caras aqui: a ilusão de que a mera sucessão de cenas de impacto será suficiente para criar um todo forte.

O resultado de "O Teorema Zero" acaba sendo ainda mais confuso do que o futuro que Gilliam pretende retratar. Mas ao menos ele prova o ponto de que certas coisas não têm muito sentido.


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