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Crítica - Terror

História ganha ares de paródia involuntária

'A Marca do Medo' avança aos trancos e barrancos enquanto elenco sem sensibilidade atua no piloto automático

NARRATIVAS SOBRE POSSESSÃO NÃO SÃO NOVIDADE NO GÊNERO. O PROBLEMA ESTÁ NA MANEIRA DE CONTAR

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desde sua reativação, em 2007, a mítica produtora britânica Hammer Film --responsável por clássicos do terror gótico dos anos 1950, estrelados por Christopher Lee e Peter Cushing-- não realizou nada muito relevante.

Baseado em eventos supostamente reais, "A Marca do Medo" afunda por conta da intriga inconsistente e da narração capenga.

Em 1974, o professor Joseph Coupland (Jared Harris), da Universidade de Oxford, faz experiências com Jane Harper (Olivia Cooke), uma jovem que se diz possuída.

Para tanto, conta com o apoio de Brian (Sam Claflin), um jovem cinegrafista, e de dois alunos, Krissi (Erin Richards) e Abrams (Rory Fleck-Byrne).

Coupland está convencido de que a possessão nada tem de sobrenatural: é uma doença mental e, como tal, é passível de tratamento.

Histórias de possessão não são uma novidade no gênero, o problema está na maneira de contar.

O diretor John Pogue mistura o ponto de vista da nervosa câmera na mão de Brian com a sua própria, mas não obtém nada de produtivo com esse jogo.

Pior do que isso, tenta assustar o espectador recorrendo inúmeras vezes à intrusão súbita de algo ameaçador no quadro --um velho clichê-- em vez de trabalhar o suspense por meio de algo mais convincente, como uma intriga bem construída e uma atmosfera inquietante desenvolvida com competência.

A história avança sem ritmo, aos trancos e barrancos, enquanto os atores demonstram pouca sensibilidade, atuando de maneira monocórdia, no piloto automático.

Em alguns momentos esse conjunto de limitações transborda e a história ganha ares de paródia involuntária, o que pode até divertir, mas compromete a eficácia do todo.


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