Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Igreja veta Redentor em filme que celebra o Rio

Produtor da obra diz que decisão é censura à liberdade de expressão

Trecho dirigido por José Padilha em "Rio, Eu Te Amo" mostra Wagner Moura se queixando à estátua religiosa

FABIO BRISOLLA DO RIO GIULIANA VALLONE DE SÃO PAULO

A Arquidiocese do Rio, detentora dos direitos sobre o uso da imagem do Cristo Redentor, censurou a aparição da estátua no trecho do filme "Rio, Eu Te Amo" dirigido por José Padilha (de "Tropa de Elite") e protagonizado por Wagner Moura.

O longa reúne dez histórias e 11 diretores e faz parte da franquia "Cities of Love, que já retratou Paris e Nova York.

No trecho "Inútil Paisagem", Moura salta de asa-delta e, enquanto sobrevoa o Rio, fala com o Cristo sobre suas crises existenciais.

A assessoria de imprensa da Arquidiocese do Rio diz que a cena foi considerada uma injúria contra a imagem do Cristo Redentor. Por causa do veto, dado em abril, o filme será lançado em setembro com nove histórias --sem a participação de Padilha.

Pedro Buarque de Hollanda, da Conspiração Filmes, produtora do longa, diz que o que o episódio é uma censura à liberdade de expressão e que houve diversas tentativas de reverter a decisão da Cúria, sem sucesso.

"Não podemos entrar numa briga de anos na Justiça. A versão final tem que ser entregue aos distribuidores internacionais até agosto", diz.

O veto também foi criticado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, para quem, além de patrimônio da Arquidiocese, a estátua é também um ícone da cidade.

Inaugurada em 1931, a estátua do Cristo Redentor virou um símbolo da cidade sob a guarda da Igreja.

O advogado Nelson Nery Jr. afirma que, pela Lei de Direitos Autorais, obras situadas permanentemente em locais públicos podem ser retratadas livremente.

Por causa disso, diz, os produtores de "Rio, Eu Te Amo" não precisariam pedir autorização à Arquidiocese.

"Mas agora que pediram e foi negada, há um problema. Se usarem a imagem, a Igreja pode entrar com um processo de indenização contra eles", afirma.

Em 2010, a Arquidiocese exigiu indenização da Columbia Pictures pelo uso de imagens do Cristo Redentor no filme-catástrofe "2012", de Roland Emmerich, em que a estátua é destruída.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página