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A vitória da pata

Associada aos anos 1970 e catalogada por anos como 'cafona', a calça de boca larga, chamada de pata de elefante ou boca de sino, volta às passarelas e às ruas

PEDRO DINIZ COLUNISTA DA FOLHA

Peça-chave do movimento hippie e do visual dos anos 1970, a pata de elefante, agora rebatizada de "flare", está por todos os lados, do varejo à passarela de alta-costura.

A volta da calça de boca larga já havia sido identificada há pelo um ano pelos birôs de tendência. Na semana passada, em Paris, um look inspirado no "flower power" entrou no desfile da grife francesa Christian Dior.

Há pelo menos duas temporadas, marcas brasileiras como Amapô, Animale e Tufi Duek já mostram o retorno da boca de sino, em modelos de couro ou jeans.

FÁCIL DE USAR

"É uma moda mais romântica, mais fácil de a brasileira assimilar", afirma a estilista Carô Gold, da Amapô, que mostrou a calça acompanhada de acessórios com flores em seus desfiles.

Segundo Gold, a peça desde 2009 faz parte do repertório da grife, mas só há seis meses caiu no gosto geral.

"Desde que criaram o termo flare', que nada mais é do que uma tentativa de sofisticar uma peça tachada por muito tempo de cafona e de época', as celebridades começaram a usar. Daí para tomar as ruas foi um pulo. É algo típico desse mundo estranho que é a moda", diz Gold.

Dos bairros onde ficam as lojas de luxo ao comércio popular do Bom Retiro, na região central de São Paulo, a reportagem viu executivas, estudantes e donas de casa usando a pata de elefante.

A calça de boca larga do século 21 tem cintura mais alta. "Serve quase como uma cinta, segurando a barriga", diz a diretora de moda de revistas e stylist Flavia Lafer.

Ela afirma que a vantagem do novo modelo é alongar a silhueta. "Não é a flare' do auge do movimento hippie, que tinha cintura baixa, e a boca é menos aberta".

A analista de tendências do portal britânico WGSN Bruna Ortega afirma que a pata de elefante vem junto com uma tendência chamada "nature girl", que reverencia a fluidez das formas e os motivos florais.

"O varejo ainda vai vender bastante desses modelos nas próximas estações, apesar de a tendência para as próximas temporadas caminhar para um visual anos 1960, de calças mais curtas", afirma a consultora.

Enquanto o novo corte de calças não chega, a pata de elefante faz a festa dos lojistas. Gerente de uma loja popular do Bom Retiro, Elisangela Marcílio, 31, teve de pedir à chefe uma arara inteira de calças bocas de sino, tamanho o frisson das clientes.

"Vendemos pelo menos 300 flares' por mês neste ano, de modelos com estampa de oncinha aos mais sóbrios, pretos e cinzas", diz.

A pata também está chegando à moda masculina, como mostrou o desfile da rede de lojas Topman na última semana de moda de Londres. A boca larga e a inspiração hippie deram o tom da coleção.


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