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Nas ruas, modelo ameaça reinado das calças skinny
DO COLUNISTA DA FOLHASe depender das mulheres ouvidas pela Folha nas ruas de São Paulo, a calça skinny, justíssima no corpo e de cintura baixa, pode estar com os dias contados.
"Não aguentava mais essa onda de calça skinny, que aperta muito a gente", diz a estudante Patrícia Gonzalez, 20, que tem pelo menos quatro patas de elefante no guarda-roupa e não quer saber de roupas com pernas justas.
Ela traduz a onda setentista no dia a dia com peças floridas, bocas de sino e muitas franjas, "geralmente aplicada nos acessórios". A tríade é bastante usada por jovens em festivais de música. "É um look delicado", afirma.
Já para a advogada Carla Callegari, 27, a "flare" é uma opção para as mulheres não precisarem adotar o estilo andrógino que as passarelas, a seu ver "distantes da realidade", quiseram impor em temporadas de moda passadas.
"Aquela calça boyfriend' [de silhueta larga e saída do guarda-roupa masculino] só serve para as supermagras. Sou baixa, tenho quadril largo e canela um pouco fina, não quero distorcer meu corpo", afirma Callegari. "Além disso, a flare', no escritório, é uma opção clássica e feminina ao mesmo tempo."
Moradora de Natal (RN), a dona de casa Adriana Medeiros, 41, foi ao Bom Retiro para aumentar a coleção de 40 peças de calças "flare" que tem no guarda-roupa.
"Eu a utilizo de todas as formas, em ocasiões que exigem traje social, na rua e até em casa", diz Medeiros.
No momento da entrevista ela combinava sua boca de sino, arrematada com uma fileira de botões na barra das pernas, com uma blusa de oncinha e diversas pulseiras e correntes banhadas a ouro.
"Uso a boca de sino desde os anos 1970, quando era jovem. Nunca me importei de parecer cafona quando a calça virou brega. Acho que a roupa tem de valorizar o seu corpo, te deixar bem com você mesma", afirma Medeiros. "Mas se está na moda, melhor para a gente."