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Chamar clássico de chato é pura chatice, diz Milton Hatoum

Romancista e professores ouvidos pela Folha criticam guia literário que seleciona os cânones mais tediosos

Para professora da USP, trabalho da americana Sandra Newman é um exemplo de banalização e ignorância histórica

DE SÃO PAULO

Que atire o primeiro livro aquele que nunca detestou algum clássico.

Vários critérios fazem com que uma obra seja mais ou menos apreciada: preferência pessoais, o momento em que se lê, a sensibilidade para determinados temas e estilos.

A parte isso, a ideia de dividir os clássicos entre "tediosos" e "divertidos", como propõe Sandra Newman em "História da Literatura Ocidental sem as Partes Chatas", é puro estereótipo, dizem escritores e professores.

"Esse tipo de classificação envolve ignorância histórica, banalização das obras, com objetivos puramente mercadológicos", conta Maria Augusta da Costa Vieira, professora de literatura espanhola da USP e coordenadora do curso "Por que Ler os Clássicos?".

Para o romancista Milton Hatoum ("Dois Irmãos"), a ideia corrente de que clássicos são chatos é "apenas mais um mito negativo".

"E, cá pra nós, esse tipo de classificação em importância e diversão [do livro de Newman] é de uma superficialidade lamentável. Isto sim, é uma tremenda chatice."

Já Luís Augusto Fischer, professor de literatura na UFRGS, avalia que guias como o de Newman são úteis para difundir a cultura.

"Muitos clássicos são entediantes ou mesmo incompreensíveis para o leitor comum. O prazer que se extrai da leitura de textos assim tem a ver com cultivo, com conhecimento das referências."

"Nesses casos, claramente cabem as adaptações, com linguagem simplificada, para os leitores jovens ou de escassas letras", completa.


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