Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Marcelo Gross grava seu 'rock desgraceira'

Guitarrista da banda gaúcha Cachorro Grande canta em álbum solo com influências de blues e Keith Richards

Disco 'Use o Assento para Flutuar' reúne 12 de mais de 300 músicas do artista que ainda estão inéditas

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

O lugar tem discos de vinil, guitarras, amplificadores e pilhas e pilhas de livros. Em cima da pia do banheiro, um exemplar de "Vida", autobiografia de Keith Richards, o que explica muita coisa.

O apartamento de Marcelo Gross, 41, guitarrista gaúcho radicado em São Paulo, fica no começo da rua Augusta, zona roqueira paulista na última década. Integrante da banda Cachorro Grande, ele lança agora um disco solo.

Seu ídolo, Keith Richards, disse certa vez que um disco solo dele soa como um álbum dos Rolling Stones sem Mick Jagger cantando. "Use o Assento para Flutuar", de Gross, soa como um disco da Cachorro Grande sem o vocalista do grupo, Beto Bruno?

Não, segundo ele. A banda está com um som mais contemporâneo, mais "voltado para o futuro". O próximo lançamento, em preparação, tem influências de bandas como Kasabian, Black Keys e sons eletrônicos, como Chemical Brothers e Prodigy.

ROCK DAS ANTIGAS

"Eu não queria me livrar daquele velho rock and roll, aquele que o Keith Richards faz. Gravei um disco old stuff', das antigas, porque a Cachorro Grande já não faz mais isso. Para mostrar minhas raízes de blues, de rock and roll desgraceira, Keith Richards, John Lennon."

Gross conta que o "estalo" de gravar o disco veio da amizade com o baterista Clayton Martin. Ele e Gross, que também toca bateria, são amigos desde 1997, quando o gaúcho viajou a São Paulo com o cantor Júpiter Maçã e ficou hospedado na casa de Clayton. "A gente tem simbiose musical."

As 12 faixas foram gravados pelos dois e o baixista Fernando Papassoni. Hoje a banda, que leva o nome de Gross, tem também o tecladista inglês Charly Coombes, que tocou no Supergrass.

Todas as músicas são do guitarrista ("Eu escrevo muito, tenho mais de 300 paradas"). São letras pessoais, sobre viver em metrópole, amar e "manter a fé no rock". O som lembra muito as primeiras fases dos Rolling Stones.

É fácil identificar ecos do rock "sulista" americano, no início dos anos 1970. "Lynyrd Skynyrd e Allman Brothers são grandes influências. Johnny Winter também."

Mas Gross escuta também música nova. "Estou ouvindo bastante o último do Sean Lennon, Midnight Sun', daquela banda dele que é difícil pronunciar o nome, The Ghost of a Saber Tooth Tiger. Esse disco está fazendo bastante a minha cabeça. É psicodélico moderno."

Um dos critérios para selecionar as faixas foi só incluir as que ele conseguiria tocar e cantar ao mesmo tempo. "Não é fácil pra mim. Por isso fiz muitos shows com o trio antes de lançar o disco, para azeitar a coisa. Não a banda, mas eu!", diz, dando risada.

"Disfarça" e "O Buraco da Fresta" são duas com cara de sucesso de rádio, se alguma rádio tocasse esse tipo de música. As mais antigas são de 2002 --"Nessa época eu estava ouvindo muito Lou Reed".

Quando a Cachorro está de folga, ele encaixa seus shows na agenda. "Claro que os guris da banda ficam com ciúme, mas vou fazer o que eu tenho vontade enquanto tenho gás pra isso."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página