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Crítica

'Quem Tem Medo de Virginia Woolf?' garante boa experiência

Montar uma peça de 1966 é opção segura demais, mas texto ainda é atual

ATORES ESTÃO EXTRAORDINÁRIOS, IRÔNICOS COMO PEDE A PEÇA. E MAIS ABUSADOS QUE NANINI E MARIETA EM MONTAGEM DE 2000

GUSTAVO FIORATTI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em sua produção mais recente, o autor americano Edward Albee arriscou distanciar-se da própria tradição dramática da qual tornou-se mestre. Mas são seus trabalhos realistas dos anos 1960, ou os flertes com o absurdo dos anos 1970 em diante que ainda despertam interesse entre artistas brasileiros.

Igual a tantas, a nova montagem para "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?" (1966), com Zezé Polessa e Daniel Dantas, equilibra-se entre a garantia de um velho hit e o risco de dar novo olhar a algo familiar demais. O desafio é vencido sob a perspectiva de uma relação com o cinema.

A falta de interesse geral pela dramaturgia mais recente de Albee é também reflexo de um cenário comercial pouco corajoso. Mas é preciso dar o braço a torcer: a peça em questão ainda se faz atual.

Ela espelha a mediocridade autociente do casal que vê no casamento um passo para o sucesso. Só não o faz em total consonância com os dias de hoje porque o papel da mulher, de 1960 para cá, mudou significativamente.

A montagem ocupa o palco com mobiliário comum no centro, mas traz esculturas simbólicas à margem. A cenografia se move conforme a noite adentra em um pesadelo, e a distorção também se reflete na atuação, com referência aos movimentos que o uso de câmeras possibilita em filmes.

Dantas e Polessa estão extraordinários, irônicos como a peça pede. E bem mais abusados do que Marco Nanini e Marieta Severo em montagem de João Falcão de 2000.

Voltar a "Quem Tem Medo" soa como opção segura demais, mas o espetáculo garante uma boa experiência para quem tem saudade de um bom drama.


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