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Crítica - Drama

Abel Ferrara explora em filme a psique de homem repulsivo

ANDRÉ BARCINSKI ESPECIAL PARA A FOLHA

O pior momento de um filme de Abel Ferrara contém mais talento que 99% dos filmes que chegam aos cinemas atualmente. Ferrara é um herói do cinema alternativo americano, sempre atacando temas polêmicos e sombrios.

Em "Bem-Vindo a Nova York", ele se inspirou na história do francês Dominique Strauss-Kahn (DSK), diretor do FMI que, em 2011, foi preso por supostamente violentar uma camareira.

Strauss-Kahn admitiu conduta "imprópria" com a camareira, mas foi solto depois que os promotores encontraram contradições no depoimento da suposta vítima.

Gérard Depardieu, em sua melhor atuação em muitos anos, interpreta Devereaux, inspirado em DSK. Entre reuniões com ministros e executivos, Devereaux promove orgias, usa os serviços de prostitutas, cheira e bebe.

O cineasta parece menos interessado nos detalhes do caso do que em explorar a psique de Devereaux, que vê o mundo como um playground para suas fantasias.

O filme é bruto e revoltante. Devereaux é um dos personagens mais repulsivos que o cinema viu em muito tempo. Mas, assim como muitos monstros, são os defeitos que o tornam um personagem interessante. E Ferrara continua incomodando. Que continue assim.


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