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Crítica - TV

'Tudo pela Audiência' se perde na baixaria que tenta satirizar

Fábio Porchat e Tatá Werneck são as melhores coisas de um programa boçal

ESSE MATERIAL PODE RENDER HUMOR, MAS É DIFÍCIL APOSTAR NO FÔLEGO DO FORMATO PARA UMA ATRAÇÃO DIÁRIA NA TV

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

É fácil gostar de Fábio Porchat e Tatá Werneck. São inteligentes, engraçados, capazes de improvisar boas piadas em qualquer situação.

A questão é saber se vale investir tanto talento no novo "Tudo pela Audiência".

Na estreia, na última terça-feira (15), a ideia de criar um programa que faça humor brincando com os quadros mais apelativos de outras atrações da TV não vingou.

O ritmo é alucinante, descontrolado. Uma piada engatada na seguinte, sem dar tempo de processar tanta coisa. Teve de tudo, de imagens de sexo entre animais a troca de fralda em um anão.

A plateia, chamada a intervir várias vezes, é do "Altas Horas". Mas Serginho Groisman não tem de lidar com a baixaria estimulada nos participantes. Um debate sobre beijo no ânus pode ter feito muita gente desistir de assistir ainda na metade.

As meninas de biquíni e o cast de anões vêm do "Pânico". Já entrevistar o convidado numa cama redonda é recurso de vários programas "picantes", entre os quais o mais famoso era o comandado por Penélope Nova na MTV.

Os barracos entre amigos ou familiares com tretas a resolver, reais ou não, estão presentes. É uma tradição constrangedora que vem de Jacinto Figueira Jr., nos anos 1960, e passa por Wilton Franco e Cristina Rocha.

A referência mais engraçada está em "Para quem você frita o pastel?", versão sexy do quadro do Raul Gil em que um convidado tira ou não o chapéu para uma pessoa, como indicador de aprovação ou não. No lugar dos chapéus do Raul, os nomes estão colocados em pastéis fajutos grudados no corpo de uma modelo quase nua.

Todo esse material pode render humor, mas é difícil apostar no fôlego desse formato para uma atração diária na TV. Para sobreviver, "Tudo pela Audiência" vai depender muito do que ele tem de melhor: seus ótimos apresentadores.

Porchat conduz os quadros com histeria, e ele é muito bom nisso. Tatá, que surgiu para a fama no humor de improviso, é rápida em intervenções safadas e muito engraçadas. Na largada, os dois tiveram boa ajuda do convidado, o cantor de funk Naldo Benny. Ele se jogou em todos os quadros sem titubear.

"Tudo por Audiência" é boçal. Resta ver se o humor grosso e alucinado vai garantir audiência de verdade.


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