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Lenda albina das guitarras, Johnny Winter morre aos 70

Músico americano estava em um hotel suíço, quatro dias após último show

Artista cumpria turnê mundial que tinha apresentação agendada para São Paulo, no dia 12 de outubro

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

Ronnie Wood, dos Rolling Stones, disse certa vez em seu programa de rádio na Inglaterra que Johnny Winter era o negro mais branco que ele conhecia. Em seguida, tocou algumas gravações ao vivo de Winter, para mostrar o talento do lendário guitarrista.

John Dawson Winter 3º, texano albino, morreu na quarta-feira (16), aos 70 anos, em um hotel em Zurique, na Suíça. Quatro dias antes, ele subiu ao palco pela última vez, tocando no festival Lovely Days, em Wiesen, na Áustria.

A causa da morte não foi informada. A agenda de shows estava cheia, incluindo uma apresentação de Winter em São Paulo, no dia 12 de outubro, no clube Juventus.

O guitarrista deixa um novo álbum pronto, "Step Back", que gravou com vários convidados, entre eles Eric Clapton e Ben Harper. Deve ser lançado em setembro.

Embora tenha gravado seu primeiro disco aos 15 anos, em 1959, com a banda Johnny and the Jammers, foi a partir da segunda metade dos anos 1960 que Winter começou a ganhar fama com suas performances de blues e rock.

Sua carreira mudou em dezembro de 1968, quando executivos da gravadora Columbia viram seu show em Nova York. De contrato assinado, teve um grande ano em 1969.

Ele lançou dois álbuns: "Johnny Winter", em julho, e "Second Winter", em outubro. O segundo é um dos discos mais curiosos da história: saiu como LP duplo, mas apenas três lados tinham músicas gravadas; o quarto estava vazio. Coisa de doidão.

Ainda em 1969, ele tocou em Woodstock, mas um tanto ofuscado por Jimi Hendrix, seu amigo, e Santana.

Winter gravou sete álbuns de estúdio na década seguinte, alguns muito bons e outros nem tanto. Biógrafos creditam a irregularidade às drogas. Ele fez tratamentos para se livrar do vício em heroína.

Excepcional guitarrista, tipo de músico que é venerado por outros músicos, o brilho de Winter sempre foi maior no palco do que no estúdio. Nas décadas de 1970 e 1980, dezenas de discos piratas de seus shows foram lançados.

DISCOS COM O ÍDOLO

Em 1976, ele realizou um declarado sonho de infância. Levou o lendário bluesman Muddy Waters (1913-1983) para o estúdio e produziu um álbum de seu ídolo.

Winter também toca guitarra, entre um time de músicos da pesada, com destaque para o gaitista James Cotton.

"Hard Again" foi lançado em janeiro de 1977 e se tornou grande sucesso comercial de Waters. Winter ainda iria produzir mais dois discos dele.

"I'm Ready", de 1978, é espetacular e deu um Grammy à dupla. Mas "King Bee", de 1981, decepciona. Foi gravado em três dias para preservar a saúde delicada de Waters.

Apesar de excursionar quase anualmente, Winter lançou apenas quatro álbuns de estúdio nos últimos 25 anos. O melhor é "Hey, Where's Your Brother?", de 1992. Como em quase toda a sua discografia, seu irmão um ano mais novo, Edgar Winter, também participa, tocando teclados e sax.

Para escutar o melhor de Johnny Winter, três albuns matadores ao vivo: "Live Johnny Winter And", de 1971, "Captured Live" e "Together", ambos de 1976, o segundo dividido com Edgar.


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