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Festival privilegia documentários em segundo dia

DO ENVIADO A PAULÍNIA

O segundo dia do Festival Internacional de Paulínia, que começou na terça (22), foi marcado pela exibição de dois documentários de linguagens distintas. "Aprendi a Jogar com Você", de Murilo Salles, e "Neblina", de Daniel Pátaro e Fernanda Machado, concorrem com outros sete longas de ficção na mostra competitiva do evento.

O filme de Murilo Salles, sobre um DJ e uma cantora que têm de se virar para tocar em casas noturnas da periferia de Brasília, vem da tradição do cinema direto: as cenas são captadas com intervenção mínima do diretor.

"Não sou um entrevistador, não sou um Eduardo Coutinho", afirma Salles, conhecido por seu trabalho como diretor de fotografia (em "Dona Flor e seus Dois Maridos" e "Árido Movie"). "Me interessa o cinema direto porque é uma situação desafiadora, sem controle da câmera ou dos personagens."

Para tratar da questão da identidade nacional, Salles escolheu abordar o tema da viração'. "É uma coisa que o brasileiro faz muito: se virar com criatividade, às vezes ultrapassando um pouquinho nos parâmetros legais."

A obra acompanha o dia a dia do DJ Duda enquanto ele se desdobra para produzir CDs, negociar cachês e apresentações de artistas.

Já o longa da dupla Pátaro e Machado usa recursos tradicionais como entrevistas e narração em off para tratar das ruínas da estação ferroviária de Paranapiacaba, na Grande São Paulo.

Esse abandono é uma analogia sobre o jogo de poder no Brasil e a influência política de grupos econômicos.

"Há ciclos que se repetem. Na década de 1940, surgiu muito do que está presente até hoje", diz o estreante Pátaro, que busca referência em documentários engajados como "A Corporação" (2003) e filmes do norte-americano Michael Moore.

A noite terminou com a exibição da primeira ficção da mostra: "Sinfonia da Necrópole", da paulista Juliana Rojas, uma comédia passada dentro de um cemitério.


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